segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

'Nós já imaginávamos que seria ele', diz tio de Bianca Consoli sobre prisão de cunhado

Luiz Bicudo, tio de Bianca Consoli, disse que a família está aliviada com a prisão do motoboy Sandro Dota, suspeito do assassinato da jovem de 19 anos. O homem é cunhado da vítima e foi preso na noite desta segunda-feira (12).

Em entrevista à Rede Record, Bicudo afirmou que a família da Bianca estava ansiosa para ver o suspeito do crime preso.

- Volto a dizer, queríamos ver este crápula na cadeia.

Ainda de acordo com  o tio da garota, os parentes mais próximos já imaginavam que o motoboy era o culpado. 

- Ele começou a ter várias atitudes suspeitas. Primeiro, falou [durante entrevista]: 'Agora, é lei do silêncio', ameaçando vizinhos e pessoas que pudessem saber de algo. Depois, questionou a necessidade de uma perícia. Por fim, contratou um advogado. Para que ele precisaria de alguém para defendê-lo se era da família, tão vítima como todos nós?

Bicudo afirmou ainda que a irmã de Bianca, mulher de Dota, está fragilizada e não acredita que o marido possa ter cometido tal crime. Ele contou ainda que a família investigou Sandro e descobriu que ele gostava de mexer e dar cantadas em "menininhas bonitas na rua".

A prisão do cunhado acontece três meses após a morte de Bianca. Segundo o promotor do caso, Antonio Nobre Folgado, um dos laudos comprovaram que o sangue que Bianca tinha embaixo das unhas é o mesmo que Dota tinha na calça que usava no dia do crime. Folgado pediu a prisão preventiva na Justiça e denunciou Dota por homicídio triplamente qualificado.
Crime
O corpo de Bianca foi achado pela mãe dela, caído próximo à porta de saída da casa onde moravam, no dia 13 de setembro. Segundo a polícia, a jovem foi atacada quando havia acabado de tomar banho e se preparava para ir para a academia.

Na cama, os investigadores encontraram a toalha usada por ela, ainda molhada. A garota teria reagido à presença do criminoso e começado uma luta escada abaixo. Foram encontradas mechas de cabelo pelos degraus.


























sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A polêmica Lei da Palmada...

SÃO PAULO - Quando a palmada não deixa marcas, a aplicação do castigo físico terá de ser comprovada por testemunhas, depoimentos ou laudos psicológicos. E vai depender da interpretação do juiz responsável pelo caso. Ele é que definirá se basta um tapa para o pai ou educador ser considerado um fora da lei ou se a punição será aplicada somente em casos de reincidência. Segundo o promotor de Justiça Wilson Tafner, a Lei da Palmada exclui a necessidade de comprovação da violência por meio de arranhões, hematomas ou vermelhidão pelo corpo da criança e do adolescente. 'A definição agora é outra. Castigo corporal passa a ser qualquer ação que resulte em sofrimento. É o mero uso da força física com a suposta intenção de educar', explica. Sem provas documentadas ou flagrantes, a Justiça pode enfrentar dificuldades para estabelecer culpas e definir punições, segundo o advogado Nelson Sussumo Shikicima, presidente da Comissão de Direito da Família da OAB. 'Como consequência, a aplicação da lei não será fácil. E, então, pode ser que ela nem aconteça na prática', diz. De acordo com especialistas, evitar a omissão é outro desafio imposto pela nova legislação. Isso porque a Lei da Palmada determina que profissionais das áreas da saúde e da educação, como médicos e professores, relatem às autoridades casos de castigos conhecidos nas escolas, creches, consultórios ou hospitais. Atualmente, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) já prevê essa comunicação, até com o pagamento de multa em caso de omissão (de três a 20 salários mínimos), mas em casos conhecidos de agressão. Quando a violência é extrapolada a ponto de levar a criança ao médico, o caso é facilmente observado e, por isso, comunicado. O mesmo não ocorre diante de um castigo mais discreto, como um beliscão ou um puxão de cabelos praticado dentro de casa, sem testemunhas. Para o promotor Tafner, no entanto, a aprovação da proposta forçará as pessoas envolvidas na criação de uma criança a prestar mais atenção no seu comportamento. 'Acredito que isso acontecerá como um reflexo natural.' O resultado mais importante, porém, segundo ele, é o preventivo. 'O grande mérito dessa lei deve ser a mudança de mentalidade. Não acredito que os pais deixarão de impor limites. Isso é absolutamente necessário para se educar um filho. Mas não é preciso retroagir, apelar à palmada, que só oferece efeito imediatista e não resolve nada.' Denúncia. Relatos sobre a aplicação de castigos contra crianças e adolescentes deverão ser feitos a conselhos tutelares ou representantes da Justiça, que serão responsáveis pela comprovação da violência. As regras para a punição de pais que usam da violência aguda dentro de casa também continuam as mesmas. Apenas casos de maus-tratos - e não palmadas - poderão render prisão e perda do poder familiar. OS PRINCIPAIS PONTOS Castigo físico Como é: Não há definição específica no texto atual do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) Como fica: Define castigo como ação de natureza disciplinar, com uso da força física, que resulte em sofrimento ao menor Exemplos de castigo físico Como é: Não há definição sobre o tema Como fica: São as punições moderadas, como palmadas, beliscões, empurrões e puxões de cabelos Punição Como é: Só há punição para casos comprovados de maus-tratos, que rendem até prisão Como fica: Acompanhamento psicológico e até aplicação de advertências judiciais

domingo, 18 de dezembro de 2011

Enfermeira que espancava o cachorro se contradiz

Após o vazamento do vídeo em que aparece agredindo seu cachorro da raça yorkshire em Formosa (GO), a enfermeira Camila de Moura evita sair de casa, mas parece que não está sabendo lidar com a revolta dos internautas nas redes sociais.

No microblog Twitter, os usuários criaram a tag “coisas para se fazer com quem mata cachorro” para atacar a enfermeira. No perfil supostamente atribuído a Camila, ela rebate as ameaças enviadas pelos internautas, mas se contradiz: uma hora parece estar com raiva e em outra, com depressão. No sábado (17), no perfil, as mensagens zombavam da revolta na rede social: “#coisasprasefazercomquemmatacachorro ?? Alem de que o twitter nunca conseguiu nada! Podem, xingar, denunciar, nada vai acontecer”. Em outro comentário, a enfermeira usa as farpas para se defender: “Vocês dizem que vão me matar. É certo matar pessoas?”.

Outros comentários da enfermeira pediam respeito e que os seguidores do Twitter a deixassem em paz. Na madrugada deste domingo (18), Camila se dizia com depressão e arrependida pelo que fez. “Estou indo dormir, estou muito mal ainda, aquelas cenas não saem da cabeça. Que Deus me ajuda a superar. Tenham uma boa noite”.

Na rede social Facebook , já se espalhou entre os internautas um link de um abaixo-assinado contra a enfermeira. O texto, que é direcionado a Polícia Civil e à Prefeitura de Formosa (GO), pede pena máxima pelo crime.

Investigação

De acordo com o delegado que investiga o caso, Carlos Firmino, além dos maus-tratos ao animal, a mulher terá que responder por outro crime, já que cometeu as agressões na frente da filha pequena. Por isso, a Delegacia da Criança e da Adolescência também acompanha as investigações.

A menina deverá passar por tratamento psicológico e a mãe, caso seja condenada, poderá até perder a guarda da criança.

Entenda o caso

A enfermeira Camila de Moura é investigada por espancar o seu cão da raça yorkshire na frente da filha pequena em Formosa (GO). As cenas foram gravadas por uma vizinha no dia 13 de novembro e vazaram na internet. O cão morreu dois dias após os maus-tratos.

A Polícia Civil da cidade passou a investigar o caso. Segundo delegado, a enfermeira já prestou depoimento, e teria dito que estava estressada com o cachorro. Ela pediu para responder apenas por crime ambiental.

No inquérito policial constam também os relatos de alguns vizinhos, que dizem que o cachorrinho já havia sido agredido pela dona outras vezes.

Por estar colaborando com a polícia, ela não foi autuada em flagrante e deverá responder ao inquérito em liberdade.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

'Lei da impunidade' vai libertar mais de 100 mil presos

Mais de 100 mil presos que aguardam julgamento em presídios brasileiros serão beneficiados pela Lei 12.403 - já batizada nos meios jurídicos de "lei da impunidade" - que entra em vigor em 4 de julho com mudanças no Código de Processo Penal. A estimativa é da ONG Movimento Viva Brasil, com base em estatísticas do Ministério da Justiça sobre a situação do sistema penitenciário.

Um dos artigos mais polêmicos é o 283, que trata da prisão. "Ninguém poderá ser preso senão em flagrante ou por ordem do Judiciário em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado (que teve todas as possibilidades de recursos esgotadas) ou no curso da investigação ou do processo."

Em caso de flagrante, o delegado terá 24 horas para encaminhar os autos ao juiz, que analisará a situação do suspeito. Ele pode ratificar a medida, convertendo-a em prisão preventiva ou conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

EFEITO RETROATIVO
Segundo o advogado Mauro Otávio Nacif, como a lei tem normas mistas, que tratam da situação processual e penal, seu efeito é retroativo. Ela atinge a todos que aguardam julgamento e preenchem os requisitos para a concessão da liberdade provisória. "O artigo 5 , inciso 40, da Constituição Federal diz que vale a lei mais benéfica ao réu."
Já em relação a condenados a penas iguais ou inferiores a 4 anos, explica Nacif, que pela nova lei terão de ser beneficiados com medidas alternativas, o juiz deve determinar a soltura imediata, sob pena de cometer abuso de autoridade.

Outra questão polêmica da lei é em relação aos reincidentes. Caso uma pessoa que esteja recorrendo a uma condenação por homicídio, por exemplo, cometa um crime apenado até 4 anos, ela não poderá ser presa. A legislação brasileira diz que só é possível considerar alguém culpado após o Supremo Tribunal Federal analisar o último recurso a favor dela. Por essa razão, alguns juristas dizem que a lei evitará a prisão de inocentes e dará a ricos e pobres direitos iguais de defesa.

Lei determina nove medidas alternativas
O juiz só poderá ratificar prisão após aplicar nove medidas alternativas a quem comete crime
com pena igual ou
inferior a 4 anos: exigir comparecimento periódico em juízo, proibir acesso a determinados locais, proibir contato com pessoa relacionada ao fato, impedir saída da cidade, exigir recolhimento em casa à noite, suspender atividade econômica, internar, arbitrar fiança ou monitorar eletronicamente.

18.805
estão condenados em SP a pena de 4 anos

Valor da fiança será de acordo com o perfil
Quando o juiz optar pelo pagamento de fiança a lei determina que deverá observar a situação econômica do suspeito para estipular um valor. O suspeito perde o direito se já tiver condenação com todos os recursos julgados ou se cometer crimes considerados inafiançáveis.

Descumprimento complica suspeito
O criminoso que descumprir qualquer uma das medidas alternativas impostas pelo juiz terá imediatamente a prisão preventiva decretada e sua situação se complicará.

60
mil cumprem no país pena de até 4 anos

Opinião
Benê Barbosa, advogado e presidente da ONG Movimento Viva Brasil
Milhares de Pimenta Neves!

A prisão do jornalista Pimenta Neves, em maio, encerrou um dos mais emblemáticos casos associados à impunidade no Brasil, no qual um assassino confesso ficou em liberdade mais de uma década aguardando a Justiça determinar a sua prisão. Mas o que dizer se, de agora em diante, casos como o dele passarem a ser a regra no país?

É justamente esse risco que preocupa juristas e especialistas em segurança pública com a Lei 12.403. Ela reduz hipóteses de prisões em flagrante e preventiva e as substitui por medidas alternativas que deixam o criminoso em liberdade. Pelos termos da lei, apenas poderão ser presos autores de crimes como homicídio qualificado, latrocínio e tráfico. Para outros, aí incluídos o homicídio simples e o roubo, a prisão passa a ser o último recurso, somente possível após a aplicação de penas alternativas.

A adoção de penas alternativas tem se mostrado, sistematicamente, ineficaz como medida punitiva, pois sequer se consegue fiscalizar seu cumprimento. Basta observar o que ocorreu com a tentativa de implantar o monitoramento eletrônico de presos em liberdade provisória para ver o quão equivocada é a nova lei. Se mesmo presos com dispositivo eletrônico simplesmente os cortavam e não davam mais satisfação à Justiça, não há a menor possibilidade de se assegurar o cumprimento de qualquer pena que preserve a liberdade.

A lei sequer considera a realidade prisional, pois casos de reincidência de criminosos postos em liberdade provisória, como nas concessões de indulto, liberdade condicional e autorizações para afastamento em feriados, comprovam ser equivocado manter junto à sociedade quem se dedica ao crime. Se mesmo tendo sido preso grande parte dos condenados volta a praticar delitos na primeira oportunidade, sem receio da recaptura, imagine o que vai acontecer se não houver nem mais o risco de prisão.
O único efeito prático da nova lei é aumentar a já alarmante sensação de impunidade.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Cerimônia do 1º casamento gay do País

Em cerimônia que não durou mais do que 15 minutos, o comerciante Luis André de Souza Moresi e o cabeleireiro José Sergio de Souza Moresi participaram hoje em Jacareí, no interior de São Paulo, do primeiro casamento civil de homossexuais no Brasil.

Eles receberam do cartório de registro civil da cidade a certidão de casamento, conforme decisão do juiz da 2º Vara de Família, Fernando Henrique Pinto, que ontem homologou a conversão da união estável do casal para casamento civil.

Com isso, eles passam a adotar o mesmo sobrenome e desfrutar de todos os direitos de uma união civil convencional. "É um sonho de fada que se realiza", afirmou José Sérgio. Segundo ele, o casamento reconhecido oficialmente vai proporcionar maior tranquilidade ao casal.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Taleban diz não haver provas suficientes da morte de Bin Laden

O grupo islâmico Taleban no Afeganistão afirmou nesta terça-feira que não há provas suficientes para provar a morte do líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden.

"Como os americanos não ofereceram qualquer prova aceitável para apoiar sua alegação, e como outros assessores próximos de Osama bin Laden não confirmaram ou negaram sua morte... então o Emirado Islâmico considera qualquer afirmação prematura", disse um comunicado do porta-voz do Taleban Zabihullah Mujahid, enviado por e-mail para a imprensa.

Bin Laden foi morto com um tiro de um dos cerca de 20 militares da Marinha dos Estados Unidos que invadiram, em helicópteros, sua mansão de alta segurança em Abbottabad, cidade a apenas cerca de 50 km da capital paquistanesa.

O corpo de Bin Laden foi identificado pelas autoridades americanas, através de técnicas de reconhecimento facial e exame de DNA.

Os militares americanos registraram ainda fotos do corpo do líder terrorista. Os EUA não decidiram, contudo, se divulgarão ao público estas imagens.

"Nós queremos ter certeza de que faremos isso da maneira correta. Nós também queremos antecipar qual será a reação da Al Qaeda e de outros à divulgação de certas informações, para que possamos tomar os passos corretos em antecipação", disse o conselheiro de contraterrorismo da Casa Branca, John Brennan, em entrevista ao canal CNN.

Já o corpo de Bin Laden foi lançado ao mar, em uma localização não revelada, em uma aparente tentativa de evitar a criação de um santuário para terroristas. O governo americano revelou apenas que o sepultamento seguiu as tradições islâmicas.

Fontes do governo americano dizem que o corpo de Bin Laden foi levado de avião por uma pequena equipe americana até um porta-aviões e lançado em algum lugar do mar Arábico.

O comunicado do Taleban diz ainda que eles não vão fazer nenhum comentário antes de ver provas da morte de Bin Laden.

Analistas dizem, contudo, que o silêncio do Taleban, normalmente rápido em reivindicar ataques e fazer declarações, pode ser uma tentativa do grupo de se distanciar da Al Qaeda e provar que seu foco está no Afeganistão.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Osama Bin Laden morreu. Será?

As autoridades do Paquistão anunciaram nesta segunda-feira que as forças norte-americanas executaram diretamente a operação que matou no território do país o líder terrorista Osama bin Laden, "em acordo com a política dos Estados Unidos" de luta contra o terrorismo.

Em pronunciamento feito na TV na noite deste domingo (1º), o presidente norte-americano, Barack Obama, confirmou a morte do líder da rede Al Qaeda e disse que o corpo havia sido levado sob custódia dos Estados Unidos --a imprensa americana menciona que o sepultamento já foi feito no mar, mas a informação não foi confirmada.

Em um comunicado, o Ministério paquistanês das Relações Exteriores reconhece que a morte do homem mais procurado do mundo --tido como mentor dos ataques do 11 de setembro de 2001 -- representa um "grande revés infligido às organizações terroristas do mundo" e "ilustra a determinação da comunidade internacional, e do Paquistão, de combater e eliminar o terrorismo".

Ao mesmo tempo, uma fonte do governo americano informou que as autoridades paquistanesas haviam sido advertidas antes do início da operação. Um comando transportado por helicópteros das forças especiais americanas matou Bin Laden em uma casa muito protegida em Abbottabad, cidade 50 km ao noroeste de Islamabad. A ação teria durado cerca de 40 minutos, começando 22h30 do horário local.

O primeiro-ministro paquistanês, Yusuf Raza Gilani, qualificou de "grande triunfo" contra o "terrorismo" a operação militar dos Estados Unidos. "Somos contrários ao terrorismo, não deixaremos ninguém utilizar nosso território para atos terroristas contra qualquer outro país e, em consequência, considero que se trata de uma grande vitória." "Não conheço os detalhes da operação, mas é um êxito e apresento minhas felicitações por este êxito", completou o primeiro-ministro.

O trabalho conjunto com o Paquistão foi mencionado no discurso de Obama (leia íntegra aqui). Segundo ele, a operação só foi bem sucedida devido a ajuda do governo paquistanês, que facilitou que as equipes americanas encontrassem o esconderijo do terrorista. "Esse é um dia histórico para as duas nações", disse Obama.

"Nesta noite tenho condições de dizer aos americanos e ao mundo que os Estados Unidos conduziram uma operação que matou Osama bin Laden, o líder da Al Qaeda e terrorista responsável pelo assassinato de milhares de homens, mulheres e crianças inocentes." "A justiça foi feita", afirmou o presidente dos EUA.

Foi neste domingo, segundo o presidente, que deu a ordem para uma equipe de soldados dos EUA capturar Bin Laden. Obama afirmou que nenhum americano foi ferido. Funcionários do governo dos EUA detalharam que outros três homens e uma mulher teriam morrido no ataque.

"Finalmente, na última semana, eu determinei que nós tínhamos informações suficientes para agir (...) Depois de troca de tiros, eles mataram Osama bin Laden e tomaram seu corpo sob custódia", afirmou Obama.

"Nós não vamos tolerar ameaças a nossa segurança nacional ou aos nossos aliados. Não há dúvidas que a Al Qaeda continuará a atacar", disse ainda durante o pronunciamento, ressaltando o que disse George W. Bush quando presidente: que a "Guerra ao Terror não é contra o Islã". "A Al Qaeda é um destruidor em massa de muçulmanos", afirmou.

Enquanto ele falava, centenas de pessoas estavam concentradas em frente à Casa Branca, em Washington, para comemorar com gritos de alegria e mensagens patrióticas a morte. Seguravam bandeiras, cantavam o hino nacional e bradavam "USA". Na Times Square, em Nova York, outra multidão tomou as ruas (veja as fotos).

PERFIL

O obscuro ex-colaborador da CIA tornou-se sinônimo de terrorismo na década. Engenheiro civil, é um dos cerca de 50 filhos do construtor saudita Mohammed bin Laden.

Osama bin Laden iniciou sua carreira no Afeganistão nos anos 70, ajudando os EUA a expulsar tropas soviéticas. Criou a Al Qaeda (a base, em árabe) em 1998 e no mesmo ano mostrou seu cartão de visitas explodindo embaixadas americanas no Quênia e Tanzânia.

Em 2001 veio sua ação mais espetacular, contra as Torres Gêmeas e o Pentágono. Virou alvo número um dos Estados Unidos, procurado vivo ou morto. Esteve por trás, ou serviu de inspiração, para ataques em países tão diversos como Espanha, Indonésia, Marrocos e Turquia.

Suas mensagens mobilizam radicais pelo mundo todo. Sua ação mudou a forma como se faz guerra, como se protegem liberdades e como se inspecionam bagagens.

Além do 11 de Setembro, Washington também relacionou Bin Laden a uma série de ataques, incluindo os atentados às embaixadas norte-americanas no Quênia e na Tanzânia, em 1998, e o ataque ao navio de guerra USS Cole no Iêmen, em 2000

quinta-feira, 14 de abril de 2011

"Ninguém deseja aposentadoria de um salário mínimo"

BRASÍLIA - O ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, admitiu nesta quinta-feira, 14, que o valor de apenas um salário mínimo pago a mais da metade dos aposentados brasileiros não é o mais adequado. "Diante de um quadro como este, ninguém poderia achar justo isso", afirmou durante o programa Bom Dia Ministro, realizado pela EBC. "Eu não sou hipócrita, ninguém desejaria uma aposentadoria como esta", continuou. Segundo ele, é preciso lutar para que quadro possa ser revertido.

Garibaldi voltou a afirmar que é favorável ao projeto de mudança no sistema de aposentadoria dos servidores. "Ontem, (o projeto) passou por um teste na Câmara (em uma das comissões), mas não pode ser votado porque uma audiência pública foi solicitada. Não sou contra, pois ainda sou senador, mas esse projeto está dormindo desde 2007 na Câmara", lembrou.

O ministro salientou também que o problema da perícia médica no INSS precisa ser resolvido urgentemente. "A última greve deixou sequelas entre os peritos e os que dirigem o sistema da Previdência", comentou. Ele enfatizou, porém, que, há um projeto no Senado em que há previsão de criação de 500 novas vagas para a médicos peritos.

Garibaldi brincou ainda com a rotatividade dos ministros na Pasta. "Foram sete ministros durante os oito anos do governo Lula. Espero que a média no governo Dilma não seja semelhante. Se não, não terei tanto futuro na Previdência."

Fator Previdenciário

O ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, afirmou que o fator previdenciário é o calcanhar de Aquiles dos aposentados brasileiros. "Essa é a verdadeira Geni do Sistema Previdenciário", disse, durante o programa Bom Dia Ministro, realizado pela EBC. "Todo mundo atira nesse fator, eu só espero não ser atingido", continuou, brincando.

Garibaldi salientou, porém, que, apesar da necessidade de substituição do fator, qualquer alteração deve ser feita com cuidado. Ele avaliou que é preciso encontrar alternativa melhor que o fator, que é pouco transparente. "Esse maldito fator traz R$ 10 bilhões para a Previdência. Para uns malditos e para outros benditos, sendo que maldito para a maioria da população", considerou.

Sobre a expansão das agências do INSS, o ministro prevê a expansão da rede em mais 720 unidades em dois anos, das pouco mais de mil existentes hoje em todo o País. Em média, cada uma delas custa ao governo federal R$ 800 mil. Ele disse acreditar que sua Pasta será poupada de cortes em função do enxugamento do orçamento. "Acredito que a Previdência será poupada, acredito na sensibilidade da presidente. Não espero fim da expansão das agências", disse. "Vamos ter fé", acrescentou.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Seu celular quebrou? Prepare-se para brigar

Aparelhos celulares novos, na caixa, mas com defeitos que impedem o funcionamento básico. Esse infortúnio tem se tornando cada vez mais comum ao consumidor. Dos cinco produtos mais reclamados em 2010 no Procon-SP, quatro eram telefones celulares de marcas multinacionais muito conhecidas no mercado.

As empresas que lideram o ranking geral de reclamações de produtos do Procon são Samsung, Sony Ericsson, LG Eletronics e Nokia. O órgão registrou 982 queixas contra a Samsung em 2010, três vezes mais do que em 2009 — quando recebeu 320.

Contra a LG Eletronics, o crescimento saltou de 177 para 780 reclamações no mesmo período — alta de 340%, mais de quatro vezes. A LG foi de 30º para 8º na lista. Já a marca Samsung triplicou o número de queixas (para 982) e disparou do 20º para o 4º lugar no ranking. Nokia e Sony Ericsson tiveram problemas referentes ao atendimento. Só a Nokia deixou de responder a 75% das solicitações de seus clientes.

O gestor de recursos humanos Luiz Cláudio Serafim Souza, de 25 anos, tinha um celular da LG que quebrou após dois meses de uso. Ele levou o telefone até uma assistência técnica da fabricante coreana e 15 dias depois, recebeu o celular ainda sem funcionar. A LG negou a troca do aparelho.

Foi então que o cliente entrou na Justiça contra a fabricante, que foi obrigada a devolver o valor pago pelo aparelho com correção monetária. Hoje, Souza tem um celular da Nokia.

Empresas
Em resposta ao Jornal da Tarde, a LG Eletronics informou que o produto de Souza deveria ser levado à assistência técnica para análise. Questionada também sobre sua posição no ranking do Procon-SP, a companhia preferiu não se manifestar sobre o assunto.

Já também coreana Samsung informou que seus produtos são fabricados em processos de alta tecnologia e que desde novembro de 2010 tem inaugurado centros para suporte e reparo de aparelhos.

A assistente de direção da Fundação Procon-SP Fátima Lemos critica essa realidade. Para ela, há muitas dúvidas referentes a qualidade dos aparelhos. “É muito estranho recebermos diversas reclamações sobre aparelhos que oxidaram, por exemplo. Será que ‘todos’ os consumidores não tomaram cuidado com o produto? Ou será o defeito está na origem do aparelho?”

Para o advogado especialista em defesa do consumidor e consultor do JT, Josué Rios, a realidade dos usuários de telefonia móvel é um “inferno”. “A qualidade dos aparelhos é internacional, pois as empresas são multinacionais, mas não é o que se vê nas mãos do consumidor.”

Mesmo assim, para a coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste), Maria Inês Dolci, o controle da qualidade deve ter uma atenção maior. “Os aparelhos vêm com defeito. As coisas têm que mudar, pois as reclamações só aumentam.”

O crescimento do número de queixas levou o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça, a considerar o telefone celular como um “item essencial”. Com isso, os fabricantes não teriam mais 30 dias para providenciar uma solução: teriam que fazer a troca do aparelho imediatamente.

O problema é que a Associação Brasileira de Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), que representa as cinco maiores fabricantes de celulares (Sony Ericsson, LG Eletronics, Nokia, Motorola e Samsung) questionou na Justiça a norma técnica do DPDC.

A associação perdeu em primeira instância, porém recorreu da decisão judicial. Enquanto isso, as empresas ficam livres para trocar os aparelhos, ou não, de imediato. Alguns Procons, como o paulista, levam em consideração a determinação do DPDC e exigem a troca na hora.

O mau atendimento também prejudicou as operadoras, que em parte dos casos também responsável pelo funcionamento do aparelho. O advogado Douglas Manente, 37, ficou 23 dias com seu aparelho sem funcionar. Não sabia se a falha no aparelho ou na linha da operadora Oi.

Sem auxílio da empresa, o consumidor recorreu a Anatel e ao Procon, que comprovaram a falha na operadora e não na fabricante. Em resposta ao JT, a Oi informou ter contatado o consumidor e o ressarciu pelo tempo em que ficou sem a linha. Por meio da portabilidade, o advogado mudou de operadora.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Químico da Unicamp é acusado de fraudar 11 estudos científicos

Uma investigação internacional apontou fraude em 11 artigos científicos de um respeitado professor titular de química da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Tudo indica que se trata da denúncia mais séria de má conduta científica da história da ciência brasileira, apesar da escassez de levantamentos sobre o tema. Em geral, os casos envolvem plágio, e não invenção de resultados.

Os trabalhos que conteriam fraude saíram em várias revistas científicas da Elsevier, multinacional que é a maior editora de periódicos acadêmicos do mundo.

Os estudos da Unicamp foram retratados (ou seja, "despublicados", não tendo mais validade para a comunidade científica). A Elsevier afirmou que os sinais de manipulação são "conclusivos".

Claudio Airoldi, de 68 anos, é um dos pesquisadores mais experientes da Unicamp: está na universidade paulista desde 1968.

NO TOPO

Na classificação do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, principal órgão federal a financiar ciência no país), ele é bolsista de produtividade nível 1A, o mais elevado, e membro da Academia Brasileira de Ciências. É o associado nº 17 da Sociedade Brasileira de Química.

Airoldi teria falsificado imagens de ressonância magnética que servem para estudar características de novas moléculas. Um dos artigos dizia que uma delas delas, por exemplo, tinha uma estrutura que serviria para absorver metais tóxicos da água.

Os trabalhos foram publicados entre 2008 e 2010 em colaboração com um aluno de pós-graduação, Denis Guerra, hoje professor adjunto na Universidade Federal de Mato Grosso.

A Elsevier diz que o procedimento de investigação envolveu três cientistas revisores independentes, e que todos eles concluíram que "estava claro que os resultados tinham sido manipulados". A editora diz ter pedido e recebido uma defesa dos cientistas brasileiros, mas, segundo ela, o material enviado não prova nada.

"Estava previsto que algo assim ia acontecer. Ia ser muito difícil segurar isso porque a pressão para publicar é muito grande e existe leniência em relação a esse comportamento", diz Sílvio Salinas, físico da USP que segue de perto os casos de má conduta científica no país.

De fato, diferentemente dos Estados Unidos, que contam com uma agência federal para investigar casos assim, o Brasil deixa o acompanhamento dos casos e possíveis punições nas mãos das instituições onde ocorrem.

Não existem estatísticas consolidadas sobre o tema por aqui. Mas, num clima de competição científica acirrada e globalizada, com pesquisadores cada vez mais pressionados para mostrar sua produção em números, mais casos são esperados.

Nos próprios EUA, em 16 anos as fraudes científicas cresceram 161%. Em países como China e Brasil, onde a publicação bruta de artigos científicos tem crescido muito sem que a qualidade acompanhe esse ritmo, o fenômeno deve aparecer mais.

"As universidades e as agências de fomento precisam tomar providências quanto a isso. Nunca tinha tido conhecimento sobre algo dessa dimensão no Brasil. A ordem de grandeza é similar a casos de fraude que ocorrem na China", diz Salinas.

A Unicamp instaurou uma sindicância interna para apurar o caso. Segundo a universidade, ela deve ser concluída em 30 dias.

OUTRO LADO

Procurado pela Folha, Airoldi desligou o telefone assim que a reportagem se apresentou, dizendo não ter tempo para falar. Ele foi contatado também por e-mail, mas não respondeu até o fechamento desta edição.

Guerra disse já ter entrado em contato com a Elsevier. "Mandamos toda uma defesa dos trabalhos, apresentando provas de que as imagens são verdadeiras, mas não recebemos nenhuma posição."

Ele diz que a retratação da Elsevier "incomoda seriamente". "Pode acontecer de você nunca mais conseguir publicar um trabalho. Um editor vê uma coisa dessas e vai pensar o quê? Somos do Terceiro Mundo, a verdade é essa, sem dúvida nenhuma contra pesquisadores do Primeiro Mundo a crítica teria uma peso menor."

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Usina japonesa vai lançar 11, 5 mil toneladas água radioativa no oceano

TÓQUIO - A Tokyo Electric Power (Tepco), empresa que opera a usina nuclear de Fukushima, no Japão, informou nesta segunda-feira, 4, que irá lançar 11,5 mil toneladas de água com baixa radioatividade no Oceano Pacífico.

Segundo a companhia, a medida faz parte dos esforços para acelerar a eliminação de poças na usina, que foi danificada pelo terremoto e pelo tsunami de 11 de março no país.

A Agência de Segurança Nuclear e Industrial do Japão endossou o plano, sob o argumento de que se trata de "uma medida inevitável".

O objetivo é lançar 10 mil toneladas de água com baixa radioatividade que se empoçou na usina após as tentativas de resfriamento tomadas desde o desastre natural.

A Tepco quer secar a usina e utilizá-la para estocar água altamente radioativa que está no piso inferior do prédio da turbina do reator número 2. A Tepco irá também lançar também um total de 1,5 mil toneladas de água que foi coletada debaixo dos reatores número 5 e 6. As informações são da Dow Jones.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Alta em preços de medicamentos pode chegar a 6%

De acordo com o publicado na edição da última quarta-feira (25) do Diário Oficial da União, a partir do dia 31 de março os brasileiros pagarão mais caro para adquirir medicamentos. O aumento foi autorizado por meio de uma resolução da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) e deve ter como base de reajuste o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acumulado no período de março de 2008 até fevereiro de 2009.

Se o reajuste fosse hoje, a alta seria de aproximadamente 5,84%, percentual acumulado pelo índice entre fevereiro do ano passado e janeiro deste ano, de acordo com última divulgação do IPCA, ocorrida em 6 de fevereiro.

Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE indicam que o brasileiro gasta, em média, R$ 95,14 por mês com saúde, sendo que os remédios correspondem a 40,57% dos gastos, atingindo o percentual de 68,5% entre os mais pobres, o que é igual a R$ 19,19, e 26% entre os mais ricos, ou cerca de R$ 97,78.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

8 pessoas feridas em acidente com brinquedo do Playcenter

Três funcionários do Playcenter prestaram depoimento na manhã desta segunda-feira sobre o acidente em um brinquedo do parque que feriu oito pessoas na tarde de ontem (3). Três vítimas permanecem internadas nesta segunda-feira.

Segundo o parque, os funcionários que foram ouvidos pela Polícia Civil eram os que trabalhavam no comando do brinquedo Double Shock quando houve uma falha na trava de segurança. As vítimas caíram de uma altura de cinco metros, segundo boletim de ocorrência registrado no 23º DP (Perdizes).

Também na manhã desta segunda-feira, foi realizada a vistoria do brinquedo, por um perito criminal. O Double Shock está interditado desde o acidente.

A administração do Playcenter afirmou que o brinquedo, de fabricação italiana, "encontra-se dentro das normas nacionais e internacionais de operação, conta com manutenção diária e foi totalmente reformado em maio de 2010".

As três vítimas que permanecem internadas estão no Hospital Metropolitano. Uma delas é uma mulher de 30 anos que teve ferimentos na perna e na face, e permanecem na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). As famílias das outras vítimas não autorizaram que o hospital divulgasse seus estados de saúde.

OUTRO ACIDENTE

Em setembro do ano passado um acidente com a montanha-russa Looping Star, também no Playcenter, deixou 16 crianças feridas.

A administração do parque afirmou na época que o choque ocorreu porque um dos vagões não conseguiu parar durante a frenagem e bateu no carro da frente, que terminava de acomodar crianças e adolescentes.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

'Poção milagrosa' gera filas de até 26 km e atrai milhares na Tanzânia

Um pastor da Tanzânia pediu a seus seguidores que parem de ir à remota região em que ele vive em busca de uma ''poção milagrosa''.

As visitas à sua casa começaram a causar caos na região, porque atraem milhares de pessoas, e as filas se estendem por dezenas de quilômetros.

O reverendo Ambilikile 'Babu' Mwasapile, de 76 anos, disse que não quer que ninguém mais compareça a suas sessões de curandeirismo até a sexta-feira, dia 1º de abril, prazo que deu para que as multidões de peregrinos diminuam.

Uma repórter da BBC contou que as filas para uma visita a Mwasapile chegam a ter 26 quilômetros de comprimento.

De acordo com a mídia local, cerca de 52 pessoas morreram quando esperavam para vê-lo.

A crença na magia e nos poderes dos curandeiros tradicionais são costumeiras na Tanzânia.

Alguns curandeiros afirmam, por exemplo, que partes do corpo de pessoas albinas são eficazes na produção de encantos, o que provocou o assassinato de inúmeros albinos nos últimos anos.

Proibição

Em 2009, o governo da Tanzânia proibiu a atuação de todos os magos e curandeiros tradicionais no país.

Mas na segunda-feira, o primeiro-ministro do país, Mizengo Pinda, disse que não iria tomar qualquer ação para impedir as sessões de Mwasapile.

A popular poção do curandeiro da Tanzânia é feita de ervas e água, que ele vende por 500 shilings tanzanianos (o equivalente a pouco mais de R$ 0.50).

A repórter da BBC Caroline Karobia, quando visitou a região em que Mwasapile vive, disse ter encontrado cerca de seis mil pessoas aguardando para ver o pastor aposentado da Igreja Luterana Evangélica da Tanzânia.

Filas para ver curandeiro e sua poção em vilarejo na Tanzânia

A maior parte delas dorme ao relento ou dentro de seus carros perto da estrada que leva à casa do curandeiro, no vilarejo de Samnuge, que não conta com abrigos, água potável ou banheiros.

Assim que se espalharam os rumores sobre o poder de cura da infusão, muitas pessoas começaram a ser retiradas de hospitais por seus pareentes, que acreditam que elas têm mais chance de cura nas mãos de Mwasapile.

Muitas acabaram morrendo antes de vê-lo, enquanto outras, segundo relatos, teriam morrido após tomar a sua poção.

O ministro da Saúde da Tanzânia, Haji Hussein Mponda, disse à BBC que testes provaram que a mistura é segura para o consumo humano.

Ele acrescentou que estão sendo feitos novos testes para avaliar os supostos predicados médicos da infusão.

A polícia foi reforçada na região que leva à casa do pastor, a fim de conter as grandes multidões, muitas das quais chegam a vir de outros países, como o Quênia e até outras nações mais distantes.

Mwasapile pediu por uma interrupção na visita de seus seguidores, após um encontro com autoridades locais.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Anvisa suspende fabricação, venda e uso de produto emagrecedor

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) suspendeu a fabricação, importação, distribuição, o comércio e uso do produto dietrine em todas as suas denominações (Dietrine Phaseolamin, Dietrine Fimbriata, entre outras).

Segundo a agência, o produto é fabricado e importado por empresas desconhecidas, que não têm registro na agência.

O dietrine é um suplemento para perda de peso, que reduz a digestão de calorias, provocando o emagrecimento. A resolução publicada no "Diário Oficial da União" vale a partir desta quinta-feira.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Adolescente atropela 5 pessoas em procissão em São Paulo

Um adolescente de 15 anos dirigindo um carro roubado atropelou cinco pessoas que participavam de uma procissão na Avenida Aldo João Rinaldi, em Pedreira, zona sul da capital, por volta das 16 horas de ontem. Segundo a Polícia Militar, ele desobedeceu uma ordem de parada e, na fuga, atingiu os fiéis.

O Corpo de Bombeiros socorreu duas vítimas, ambas com ferimentos leves. Uma foi encaminhada ao Hospital São Lucas, de Diadema, e outra ao Hospital Pedreira. As demais foram socorridas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

O adolescente foi conduzido ao 98º Distrito Policial, no Jardim Miriam, e autuado em flagrante por ato infracional. Ele deve ser encaminhado nesta manhã à Fundação Casa. O veículo foi devolvido à proprietária.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Coalizão declara guerra a Kadafi

BENGHAZI - Forças americanas e europeias intensificaram sua ofensiva ontem por mar e ar contra as tropas leais ao ditador líbio, Muamar Kadafi. Novos disparos de artilharia antiaérea e explosões foram ouvidos em Trípoli na noite de ontem depois que o líder líbio, Muamar Kadafi, em tom desafiador, prometeu enfrentar o Ocidente em uma "longa guerra".

Ele disse que havia começado a distribuir armas a mais de 1 milhão de pessoas, "homens, mulheres e crianças", para defender o país da intervenção militar iniciada no sábado que ele chamou de "cruzada colonialista". "Não vamos abandonar nossa terra e vamos liberá-la."

Vinte e quatro horas após o início da ofensiva, a Líbia anunciou novo cessar-fogo. No entanto, o Pentágono disse que mais uma vez ele não estava sendo cumprido. Após intenso bombardeio, as forças leais a Kadafi consolidaram ontem sua ocupação de Misrata, a terceira maior cidade do país, e a única da região oeste do país que ainda estava até a semana passada sob controle rebelde.

As agências de notícias informaram que o quartel-general de Kadafi foi parcialmente destruído ontem por um bombardeio aéreo. Uma grande coluna de fumaça ergueu-se perto do complexo militar e residencial em Trípoli. Segundo a TV CNN, não se tinha notícias do paradeiro de Kadafi.

Em entrevista nos EUA, o porta-voz do Pentágono, almirante Bill Gortney, disse que os ataques dos últimos dois dias foram bastante efetivos e podiam ser considerados um sucesso, mas negou que a residência de Kadafi seja um alvo da coalizão. Aviões americanos estiveram mais envolvidos na ofensiva de ontem, com aviões Stealth e caças F-16 e F-15 bombardeando sistemas de defesa antiaérea e bases.

Pelo menos 14 homens das forças leais a Kadafi foram mortos no bombardeio por aviões franceses contra o comboio em que estavam, a oeste de Benghazi, o principal reduto rebelde. Dos 14, ao menos 7 eram negros africanos, constatou o Estado no necrotério do Hospital Al-Jala. O bombardeio, na noite de sábado, também destruiu ao menos 14 tanques, 20 caminhões de transporte de tropas e 2 com baterias de foguetes montadas sobre a carroceria, além de dezenas de outros veículos.

Os corpos comprovam o uso de mercenários subsaarianos por Kadafi. Dois corpos estavam inteiramente carbonizados e impossíveis de reconhecer. A TV estatal líbia anunciou que os bombardeios aliados mataram 48 pessoas e feriram 150. Os hospitais de Benghazi haviam recebido ontem mais de 100 mortos - alguns apenas pedaços de corpos, atingidos pelos mísseis.

Os aviões franceses voltaram a sobrevoar ontem Benghazi, mas aparentemente se limitaram a voos de conhecimento. Forças rebeldes voltaram a se reagrupar no leste depois que os aviões da coalizão contiveram o avanço das tropas de Kadafi. As operações da aliança contam com aviões da Grã-Bretanha, EUA, Itália, Dinamarca e Canadá, além de navios e submarinos americanos e britânicos. O Catar anunciou que vai contribuir com quatro aviões, tornando-se o primeiro país árabe a colocar em prática o compromisso de envolver-se na intervenção na Líbia.

Vários confrontos ocorreram ontem em Benghazi. Os combatentes rebeldes perseguiam integrantes das "legiões revolucionárias" homens recrutados pelas forças de Kadafi, que atuam como milicianos e espiões nos bairros. Eles são conhecidos por seus vizinhos e moradores da cidade. Listas de nomes afixadas na Corte de Justiça, o quartel-general da oposição em Benghazi, indicam que 7.200 teriam sido identificados. Eles voltaram a agir no sábado, com o avanço das forças de Kadafi sobre Benghazi, disparando fuzis e granadas a esmo na cidade. / COM REUTERS e AP

sexta-feira, 18 de março de 2011

Mortos pelo terremoto no Japão já são quase 7 mil e mais de 10 mil desaparecidos

TÓQUIO - As autoridades do Japão elevaram a 6.911 o número de mortos e a 10.319 o de desaparecidos pelo terremoto e posterior tsunami do último dia 11 no nordeste do país, segundo a última estimativa oficial divulgada nesta sexta-feira pela Polícia japonesa. Teme-se que o número final de vítimas possa aumentar ainda mais em alguns municípios das províncias mais afetadas, como Iwate, Miyagi e Fukushima.

Este foi o terremoto mais devastador em quase 90 anos no Japão, já que superou as mortes registradas no terremoto de 17 de janeiro de 1995 na cidade de Kobe (centro do Japão), que com 7,2 graus de magnitude tirou a vida de 6.400 pessoas. Até agora, o terremoto de Kobe era o mais grave da história recente no Japão, um país assentado em pleno Anel de Fogo do Pacífico e que registra inúmeros tremores, apesar de a maioria não ter consequências graves graças às estritas normas de construção em vigor.

Anteriormente, em 1º de setembro de 1923, o chamado "terremoto de Kanto", que ocorreu na região de Tóquio quando a maioria das casas era de madeira, já havia causado 140 mil mortes. Cerca de 90 mil militares e membros de equipes de resgate japoneses, ajudados por voluntários estrangeiros especialistas em salvamento, vasculham a região devastada em busca de sobreviventes presos sob os escombros ou arrastados mar adentro pela onda gigante de dez metros de altura.

No entanto, pouco a pouco as infraestruturas de transporte estão sendo restabelecidas na área afetada, o que facilita as operações de resgate e a assistência às 380 mil pessoas que permanecem nos 2.200 abrigos criados após o desastre. O terremoto e posterior tsunami de 11 de março destruiu 11.991 casas, provocou 269 incêndios e danificou 1.232 estradas do norte e leste do Japão.

terça-feira, 15 de março de 2011

Veja tembém vídeo do terremoto e tsunami no Japão

Terremoto seguido de tsunami no Japão

Radiação liberada aumenta no Japão

O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, afirmou nesta terça-feira em discurso televisionado que a radiação se espalhou por quatro dos seis reatores da usina Fukushima Daiichi, atingida pelo terremoto de magnitude 9 na sexta-feira.

Os níveis perigosos de radiação vazando do complexo forçaram o Japão a ordenar, nesta terça-feira, que 140 mil pessoas se fechem dentro de casa e evitem contato com ar contaminado com material radioativo. Outras 200 mil pessoas foram retiradas até esta segunda-feira da região.

"Por favor não saiam nas ruas. Por favor fiquem em casa. Por favor fechem as janelas e isolem sua casa", disse o secretário de gabinete Yukio Edano. Ele admitiu que a radiação está em um nível que pode prejudicar a saúde.

"São números que potencialmente podem afetar a saúde. Não ignorem isso", disse Edano, sem dar mais detalhes.

Depois de uma explosão no reator 3 e incêndio no reator 4 (que até agora não havia sido afetado), as autoridades ao sul do complexo Fukushima Daiichi registraram níveis de radiação cem vezes maior que o normal, segundo a agência de notícias Kyodo. Este nível não é fatal, mas pode causar graves consequências se o tempo de exposição for prolongado.

A capital Tóquio, que fica a 240 km de Fukushima, também registrou uma pequena elevação nos níveis de radiação. O aumento, contudo, não é suficiente para ameaçar os 39 milhões de moradores da capital e seus arredores.

"A quantidade é extremamente pequena, e não levanta preocupações com a saúde. Isso não vai nos afetar", diz Takayuki Fujiki, funcionário do governo de Tóquio.

A Kyodo diz que o nível de radiação elevou-se a nove vezes acima do normal em Kanagawa, perto de Tóquio, mas os níveis já haviam caído na noite desta terça-feira (manhã em Brasília).

Mais perto do complexo nuclear, as ruas da cidade costeira de Soma estavam vazias, enquanto alguns moradores permanecem trancados em suas casas.

O premiê Naoto e outras autoridades alertaram que ainda há riscos de mais vazamentos e ampliou a área de risco para um raio de 30 km.

As previsões meteorológicas para Fukushima são de neve e vento vindo do nordeste na noite desta terça-feira, soprando em direção a sudoeste, rumo a Tóquio, e em seguida se deslocando para oeste, em direção ao mar. Isso é importante porque mostra a direção que uma possível nuvem nuclear pode seguir.

A crise nuclear é o pior que o Japão tem enfrentado desde o bombardeio atômico de Hiroshima e Nagasaki durante a Segunda Guerra (1939-1945).

REATORES

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) disse terça-feira que as autoridades japonesas anunciaram um incêndio na lagoa de armazenamento --uma piscina usada para manter a temperatura do combustível nuclear baixa-- do reator 4 e que a "radioatividade está sendo liberada diretamente na atmosfera".

Os trabalhadores estavam desesperadamente tentando estabilizar três dos reatores da usina, que sofreram pequenas explosões depois do terremoto e tsunami de sexta-feira --que danificou o sistema de resfriamento. Desde o terremoto, os engenheiros injetam água do mar nos reatores como uma tática emergencial.

Um quarto reator, que estava desligado no momento do tremor, pegou fogo na manhã de terça-feira (noite de segunda-feira) e mais radiação foi liberada, disse Edano. O fogo foi apagado.

"É provável que o nível de radiação aumentou drasticamente devido ao incêndio na unidade 4", disse Edano. "Agora estamos falando de níveis que podem prejudicar a saúde humana. Essas leituras são tomadas perto da área onde acreditamos que os lançamentos estão acontecendo. Longe dali, os níveis devem ser mais baixos."

Ele disse ainda que os reatores 1 e 3 estão estáveis, mas a situação da unidade 2 não é clara. As temperaturas nos dois outros reatores, unidades 5 e 6, estão ligeiramente elevadas.

"O sistema de refrigeração não está funcionando bem e a temperatura está aumentando gradualmente, de modo que é necessário controlá-la", disse Edano.

Autoridades disseram que 50 trabalhadores, todos eles com equipamento de proteção contra radiação, ainda estavam tentando bombear água para os reatores para refrigerá-los. Eles dizem que outros 800 funcionários foram retirados. Os incêndios e explosões nos reatores deixaram 15 trabalhadores feridos e até 190 pessoas expostas a radiações elevadas.

VÍTIMAS

Na manhã desta terça (horário local), a polícia japonesa informou que o número oficial de vítimas do terremoto seguido por tsunami chegou a 2.414. O maior número de vítimas se encontra na província de Miyagi, onde 1.254 pessoas morreram.

Oficialmente, há 3.118 desaparecidos. Mas autoridades regionais disseram acreditar que dezenas de milhares podem ter sido levados pelo tsunami, que devastou uma larga área da costa nordeste do Japão na sexta-feira.

O número de mortos, porém, ainda deve aumentar e as autoridades estimam que a cifra final deve superar os 10 mil. Somente em duas áreas da província de Miyagi foram encontrados 2.000 corpos ainda não contabilizados no balanço oficial. Há cidades em que milhares estão desaparecidos.

Segundo a agência de notícias Kyodo, cerca de mil corpos foram encontrados em Miyagi, além de outros 200 ou 300 corpos que as equipes tentam resgatar em Sendai, local mais atingido pelo tremor e pelas ondas gigantes.

Em Miyagi, o governo não conseguiu contatar cerca de 10 mil pessoas --mais da metade da população local. O destino de dezenas de milhares de pessoas, incluindo cerca de 8.000 moradores da cidade de Otsuchi, ainda é desconhecido, segundo a Kyodo.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Nº de mortos no Japão sobe para 2000; Reator de usina nuclear tem pane no sistema de refrigeração após novas explosões

Um forte tsunami, gerado por um terremoto de magnitude 8,9, matou ao menos 300 pessoas em Sendai, na costa nordeste do Japão, a cidade mais atingida pelo tremor. As fortes ondas varreram barcos, carros e casas, gerando ainda incêndios em diversas aéreas. Alertas de tsunami foram emitidos para todo o oceano Pacífico, incluindo para países da América do Sul e Central, Canadá, Alasca e toda a costa oeste dos Estados Unidos.

O tremor foi seguido por mais de 50 réplicas, algumas delas de magnitude superior a 6,0. Cidades e vilarejos ao longo dos 2.100 quilômetros da costa leste do país foram afetadas por violentos tremores que atingiram até a capital, Tóquio, localizada a 373 quilômetros de distância do epicentro. (11/03/11)

REATOR NUCLEAR
A Agência de Segurança Nuclear do Japão descartou nesta segunda-feira a possibilidade de um acidente do tipo Tchernobil na central nuclear de Fukushima 1 (nordeste do Japão), informou nesta segunda-feira o ministério da Estratégia Nacional.

"Não há nenhuma possibilidade, em absoluto, de um Tchernobil", declarou Koichiro Genba, reproduzindo a opinião da Agência de Segurança Nuclear e Industrial.

Os sistemas de resfriamento de três dos seis reatores da central de Fukushima 1 estão avariados e, em consequência das operações destinadas a deter um início de fusão, duas explosões foram registradas nos edifícios dos reatores 1 e 3, mas estes não foram danificados.

As explosões no prédio do reator 3, ocorridas na manhã desta segunda (horário local), deixaram onze feridos, incluindo seis militares, que a princípio foram dados como desaparecidos, segundo informações da agência Jiji Press.

As imagens da televisão local mostraram fumaça branca saindo das instalações. O canal NHK indicou que a explosão ocorreu por volta das 11h desta segunda-feira (horário local, 23h de Brasília de domingo) e derrubou uma das paredes do prédio que abriga o reator.

Segundo a agência Kyodo, as autoridades pediram a 600 moradores que não tinham sido evacuados em um perímetro de 20 quilômetros ao redor do recinto que não saiam de suas casas até nova ordem.

Os níveis de radiação na usina nuclear de Fukushima, no nordeste do Japão, haviam voltado na segunda-feira (no horário local) a ultrapassar o limite permitido, segundo a agência Kyodo.

Desde o terremoto de sexta-feira no país, as autoridades tentam evitar o superaquecimento de vários reatores, em meio ao temor de que haja uma fusão do núcleo.

A situação é preocupante desde uma primeira explosão no sábado em uma das usinas de Fukushima.

O porta-voz governamental japonês, Yukio Edano, já havia reconhecido no domingo (horário local) a possibilidade de outra explosão no recipiente secundário de contenção do reator três pela acumulação de hidrogênio, embora tenha ressaltado que o incidente não causaria danos graves.

Os problemas na central nuclear de Fukushima começaram quando o tsunami que atingiu a região interrompeu o fornecimento de energia ao complexo.

Os geradores de emergência não funcionaram e o sistema de refrigeração ficou paralisado, provocando superaquecimento e a elevação dos níveis de radiação, até a explosão dos prédios dos reatores 1 e 3.

O governo está bombeando água do mar para tentar resfriar os reatores.

AMEAÇA NUCLEAR

O Japão luta para impedir o vazamento de reatores nucleares atingidos pelo terremoto, descrevendo o tremor e o tsunami, que pode ter provocado a morte de mais de 10 mil pessoas, como a pior crise que a nação já viveu desde a Segunda Guerra Mundial.

A Tepco, maior companhia de energia elétrica do Japão, injetou água do mar nos reatores número 1 e 3 na planta de Fukushima para resfriar e reduzir a pressão dentro dos contêineres onde estão os reatores.

"O terremoto, o tsunami e o incidente nuclear têm sido a maior crise que o Japão enfrentou nos 65 anos desde o fim da Segunda Guerra Mundial", disse o primeiro-ministro Naoto Kan em conferência de imprensa.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Você está em Economia Início do conteúdo Copom vê inflação alta até 3º trimestre

SÃO PAULO - O cenário prospectivo para a inflação não evoluiu favoravelmente desde a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, e a inflação acumulada em 12 meses só deve começar a arrefecer a partir do quarto trimestre, afirmou a ata do último encontro do comitê.

O Copom afirmou, porém, que o nível de incerteza está acima do usual, com "riscos elevados" para o cenário em que a inflação convirja para a meta. Na reunião, o BC elevou a Selic em 0,5 ponto percentual, a 11,75%.

Em relação às premissas que o Banco Central trabalha em sua avaliação do curso para a política monetária, o Copom destacou que, desde a última reunião "importantes decisões fiscais foram tomadas e executadas que apoiam a visão que, no início deste ano, teve início um processo de consolidação fiscal".

O Copom também deixou claro um cenário alternativo, "a projeção de inflação se encontra acima da meta em 2011 e ligeiramente abaixo em 2012".

"Ao se considerar esse cenário alternativo e as perspectivas de desaceleração da atividade doméstica, bem como a complexidade que ora envolve o ambiente internacional, entre outros fatores, a eventual introdução de ações macroprudenciais pode ensejar oportunidades para que a estratégia de política monetária seja reavaliada", afirmou o Copom.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Prevista alta de preços de alimentos

A mudança climática, trazendo enchentes e estiagens, a demanda crescente por biocombustíveis e políticas nacionais para proteger o mercado interno poderão aumentar o preço dos alimentos e ameaçar a segurança alimentar no longo prazo, alertou a ONU (Organização das Nações Unidas).

Os preços elevados e voláteis dos alimentos são uma preocupação mundial cada vez maior, e em parte também estimularam os protestos que derrubaram os governantes da Tunísia e do Egito este ano. Os impactos dos protestos são sentidos pelo norte da África e no Oriente Médio, da Argélia ao Iêmen.

Períodos de instabilidade de preço não são uma novidade para a agricultura, mas os choques recentes de preço provocados pelo clima extremo e pelo uso cada vez maior de grãos para produzir energia têm causado grande preocupação, disse a FAO, braço da ONU para agricultura e Alimentação.

"Há temores de que a volatilidade de preço esteja aumentando", disse a FAO no relatório Estado dos Alimentos e da Agricultura, publicado nesta segunda-feira.

A influência cada vez maior do mercado de commodities e as 'respostas contraproducentes da política protecionista (aos preços elevados) podem exacerbar a volatilidade do mercado internacional e colocar em risco a segurança alimentar mundial', diz o documento.

A FAO, que tem sede em Roma, já advertiu os países produtores de alimentos contra a introdução de limites de exportação para proteger os mercados locais, à media que os preços dos alimentos no mundo pressionam para além dos níveis que deflagraram as violentas revoltas em 2007 e 2008.

O preço global dos alimentos atingiu um recorde de alta em fevereiro. Na semana passada, a FAO advertiu que novas altas no preço do petróleo e a realização de estoques pelos importadores que tentam evitar levantes atingiriam os já voláteis mercados de cereais.

Estima-se que o preço dos alimentos aumente nos próximos dez anos e permaneça na média em níveis acima dos da década passada, disse a agência na segunda-feira.

É necessária uma ação coordenada internacional para garantir a segurança do abastecimento de alimentos, incluindo uma melhora na regulação e na transparência do mercado, assim como estatísticas sobre o mercado de commodities de alimentos, o estabelecimento de estoques de emergência e o fornecimento de redes de segurança, disse a FAO.

Crise na Líbia faz preços do petróleo dispararem; Bolsas caem

Os preços do petróleo alcançaram os maiores picos em dois anos e meio na rodada de negócios desta segunda-feira, com as preocupações dos investidores de que a crise da Líbia se reproduz em outras nações do Oriente Médio. Nesse contexto, investidores estão fugindo das Bolsas de Valores e correndo para um tradicional "porto seguro": o ouro, que também bate preços históricos.

O mercado acompanha com ansiedade as negociações para uma possível saída do ditador Muammar Gaddafi, enquanto as tropas rebeldes se aproximam da capital Trípoli.

Em resposta, as cotações da commodity oscilaram na marca dos US$ 118,5 o barril na praça de Londres, o preço mais alto desde setembro de 2008. Em Nova York, o barril chegou a ser negociado por US$ 106,41, em um acréscimo de quase 0,5% sobre o valor da semana passada.

As Bolsas de Valores reagem negativamente ao encarecimento do principal insumo da economia mundial. Na Europa, as Bolsas de Londres e Paris derreteram entre 0,5% e 0,7%.

Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, perde 0,83%, enquanto o S&P500, um índice de ações mais abrangente, recua 1,04%.

A brasileira Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) somente retorna suas operações na quarta-feira, e somente no período vespertino.

Os riscos geopolíticos no Oriente Médio provocaram uma corrida para o ouro: a onça dessa commodity metálica já atingiu o patamar recorde de US$ 1.444 no expediente de hoje.

"Se nós continuarmos a ver uma escalada de tensão, então nós testemunharemos uma nova alta do ouro", disse Ong Yi Ling, analista de investimentos da Phillip Futures, em Cingapura.

OPEP

Mais cedo, o ministro de Energia do Qatar, Mohammed Saleh al-Sada, disse que a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) estava avaliando a situação do mercado de petróleo e a necessidade de uma reunião, mas acrescentou que não há escassez no fornecimento ao mercado.

"O fornecimento e estoques [de petróleo] estão em níveis confortáveis", disse a jornalistas Mohammed Saleh al-Sada.

"Não há motivo para nervosismo", ele acrescentou, dizendo que alguns países podem cobrir a queda na produção líbia.

quinta-feira, 3 de março de 2011

A revolução que abalou o Oriente Médio

Entenda as origens dos protestos que derrubaram ditadores e como eles se espalharam para os países vizinhos.

Clique no título deste post e espere carregar o infográfico. Passe o mouse sobre os países em vermelho.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Motorista acusado de atropelar ciclistas em Porto Alegre é preso

O bancário Ricardo Neis, acusado de ter atropelado e ferido pelo menos 12 ciclistas em Porto Alegre, foi preso na manhã desta quarta-feira, 2. De acordo com a Polícia Civil, ele foi detido no Hospital Parque Belém, clínica psiquiátrica em que foi internado ontem. Ainda hoje ele deve ser transferido para a Delegacia de Crimes de Trânsito.

Ontem à noite, a Justiça do Rio Grande do Sul decretou a prisão preventiva de Neis. A decisão foi tomada pela juíza Rosane Ramos de Oliveira Michels, da 1ª Vara do Júri de Porto Alegre, a pedido da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual.

O bancário deve ser indiciado por tentativa de homicídio doloso duplamente qualificado, por motivo fútil e redução de chances de defesa das vítimas. O atropelamento ocorreu no início da noite de sexta-feira,25, no bairro Cidade Baixa.

Em depoimento à polícia, na segunda-feira, Neis disse que foi cercado por diversos ciclistas, se sentiu ameaçado e resolveu abrir caminho para sair do local por temer linchamento. Os ciclistas negam a tentativa de agressão.

O passeio em grupo é uma atividade mensal do movimento Massa Crítica, que estimula o uso da bicicleta como meio de transporte. Na noite desta terça-feira os participantes voltaram a pedalar pelas ruas de Porto Alegre para protestar contra o atropelador e pedir relações civilizadas no trânsito.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Líbios traçam tática de guerrilha para derrubar Kadafi na ''batalha de Trípoli''

"Não temos medo, não temos fome, não temos sede, não temos cansaço. Por muitos anos tivemos nossas cabeças na alça de mira de Muamar Kadafi. Agora chegou a hora da liberdade." A frase, dita por um rebelde líbio na noite de sexta-feira, enquanto dirigia em meio ao Saara, resume o estado de espírito dos insurgentes. Eles já dominam grande parte do interior da Líbia e preparam a tomada de Trípoli.

Reunidos às centenas em cada vilarejo, armados de fuzis AK-47 e espingardas de caça e comunicando-se por meio de rádios e celulares, os revoltosos coordenam ações para o que chamam de "batalha de Trípoli", o assalto simultâneo da capital nos próximos dias, com o qual pretendem encerrar os mais de 41 anos do regime de Kadafi.

A reportagem do Estado ingressou no oeste da Líbia, uma região que Kadafi ainda considera sob seu completo controle. A realidade é diferente do discurso oficial. Em diferentes cidades e vilarejos, grupos revoltosos abafam - pela dissuasão ou pela força, com um mínimo de vítimas possível - a resistência de tribos vizinhas ainda fiéis ao coronel.

Entre os insurgentes, uma palavra de ordem é repetida à exaustão: revolução. Ingressar em Trípoli e depor Kadafi é o que move rebeldes de cidades como Nalud, Jadou, Az Zintan ou Al- Zawiyah, pelas quais a reportagem passou rumo à capital.

Os revoltosos pegam em armas por não acreditar mais que Kadafi será derrubado por manifestações pacíficas, como ocorreu na Tunísia e Egito. "Na Líbia há mercenários e um regime duro e não há Forças Armadas que possam defender o povo", justifica Salah Khalifa, 43 anos, um dos porta-vozes dos revoltosos de Nalud. "No início foi um movimento popular pacífico. Mas então o regime começou a usar contra quem protesta máquinas de guerra, como artilharia antiaérea. Cada um precisou pegar em armas para se defender."

Entre os grupos, a troca de informações é permanente, em especial sobre a ação dos mercenários de Mali, Níger, Chade e Burkina Faso, contratados por Kadafi para lutar contra o povo líbio. Para a tomada de Trípoli, o movimento das guerrilhas tribais é cada vez organizado.

"Por meio da coordenação, as populações de diferentes tribos e etnias queimaram a carta da guerra civil entre amaziejhs e árabes (dois povos que convivem na Líbia) que era usada por Kadafi", explica Khalid Sukri, militante em Jadou. "É claro que não é muito organizado, mas estamos tentando coordenar a partilha de armas e munição com Zawara, por exemplo, para a tomada de Trípoli, a grande batalha", explica o médico Othmam Mohamed, de Az Zintan.

A coordenação acontece tanto em cidades quanto em meio a colinas de areia e pedras do deserto do Saara, onde alguns grupos rebeldes improvisam acampamentos paramilitares para tomar novos vilarejos, bases militares do regime e "comitês revolucionários" - as instâncias governamentais da Líbia -, sempre que possível sem deixar vítimas.

Nas estradas do país, barreiras com homens armados foram organizadas. Outros são encarregados de patrulhar as estradas da região e manter veículos de escolta, circulando em picapes. Códigos também foram estabelecidos para possibilitar a passagem de comboios de revoltosos. Em caso de movimento suspeito, a guarda é acionada e os veículos considerados "táticos" - como os que por 48 horas transportaram a reportagem até a capital - deixam o asfalto e somem em meio ao deserto, onde encontram novos acampamentos ou cidades ocupadas.

Apesar de terem dominado um conjunto de vilarejos, o cuidado é extremo porque Kadafi estaria planejando cercar as cidades nas quais os manifestantes tomaram o controle para, então, atacar sem piedade com o Exército ou mercenários. Daí o número elevado de mortes - fala-se em 2 mil - em cidades como Benghazi, na costa leste do Mediterrâneo, e Al-Zawiyah, a dezenas de quilômetros de Trípoli.

Az Zintan, a primeira cidade do Oeste a se levantar, foi um exemplo. "Passamos quatro dias sitiados, lutando por uma causa, sem medo", conta Ali Abawama, um dos líderes ativistas. "Além de resistir, queríamos enviar uma mensagem clara aos manifestantes de Benghazi e de todo o leste. Juntos vamos libertar a Líbia."

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Resumo das principais notícias na semana

Em São Paulo, trânsito já mata mais que as armas

A cada 2 minutos 5 mulheres são agredidas no Brasil

Apagão de 24 horas na Zona Norte

Pelo menos 160 mil estudantes fazem cursos tecnológicos considerados ruins

Mundo árabe sob a tensão de um efeito dominó;Iêmen também pede renúncia do presidente

Em São Paulo, trânsito já mata mais que as armas

Capital paulista registra redução nas mortes, mas ainda lidera ranking; maioria das vítimas está na faixa dos 20 anos

O risco de um jovem morrer no trânsito é maior na capital paulista, em comparação com as demais metrópoles brasileiras. Embora a cidade registre queda de 9% nos chamados acidentes de transporte entre 1998 e 2008, os números ainda preocupam. Na população paulista, em geral, já é mais fácil morrer em um acidente com um veículo do que de homicídio.

Segundo o Mapa da Violência 2011, os óbitos em acidentes de transporte entre a população brasileira passaram de 30.994 em 1998 para 39.211 em 2008, um salto de 26,5% - no universo jovem, o crescimento foi de 32,4%. Na faixa dos 20 anos, o aumento foi ainda maior: 43,7%. A taxa de óbitos entre os jovens de 20 anos chegou a 34,6 por 100 mil, ante 27,1 por 100 mil dez anos antes.

Em 2008, morreram diariamente 107,1 pessoas vítimas de acidente de transporte em todo o País - dessas, 24,3 eram jovens; 82,8, não jovens. Os acidentes de transporte representaram 19,3% dos óbitos juvenis no Brasil. No Estado de São Paulo, o índice chegou a 26,7%, superando o de homicídios na região (24,4%). Apenas em Roraima, Tocantins, Piauí e Santa Catarina, o fenômeno se repete - mais jovens mortos em acidentes de transporte do que em homicídios. Entre os não jovens, os acidentes de transporte foram 0,9% dos óbitos.

Vitimização juvenil. De cada quatro óbitos por acidente de transporte entre a população jovem, um ocorreu no domingo. Sábado (19,3%) e segunda-feira (12,3%) são os outros dias da semana com a maior porcentagem de casos. As mortes de não jovens - pessoas abaixo de 15 ou superior a 24 anos - seguem padrão semelhante.

Os dados levantados pelo Mapa da Violência 2011 também indicam que, a partir de 2004, há crescimento da vitimização juvenil, ou seja, mais jovens que adultos morrendo em acidentes de transporte.

Em 2008, o Índice de Vitimização, que relaciona as taxas de óbitos entre jovens com as de não jovens, foi de 131, o que indica que morreram 31% a mais de vítimas jovens. Na cidade de São Paulo, a vitimização juvenil foi de 63,8%, a maior entre as capitais. Santa Catarina liderou entre os Estados (57,2%).

Para o sociólogo e pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz, uma série de fatores explica o aumento da vitimização juvenil. "A fiscalização não alcança o nível que deveria e há outras questões, como o abuso de álcool, a facilidade de acesso a carros e a utilização de motocicletas, que são mais arriscadas", comenta.

As piores cidades. O fator "moto" também aparece ao analisar as cidades no País que lideram em mortes no trânsito. Barbalha, na região do Cariri, a 503 km de Fortaleza, está no topo do ranking da população em geral de casos de mortes, com 207,6 mil casos por 100 mil habitantes. Acaraú, que fica no litoral oeste, é campeã entre a população jovem (de 15 a 24 anos), com 280 mortos por 100 mil habitantes.

"No interior, o vaqueiro e o agricultor trocaram o cavalo pela moto, fato que agrava ainda mais o número de acidentes", aponta o presidente do Conselho Estadual de Trânsito (Centran), Luiz Tigre. De 2004 a 2010, a frota de duas rodas cresceu 128,4%, passando de 282,8 mil para 644,9 mil unidades.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A cada 2 minutos 5 mulheres são agredidas no Brasil

A violência contra a mulher tem um dado que assusta: a cada dois minutos, cinco mulheres sofrem agressões domiciliares no Brasil. O que fazer para a lei Maria da Penha ser cumprida?

Para responder a essa pergunta, Alexandre Garcia recebeu dois especialistas no Espaço Aberto: a subsecretária da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres da Presidência da República, Aparecida Gonçalves, e a professora do Departamento de Enfermagem da UnB, Leides Moura.

Veja o vídeo no link do site.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Moradores da Zona Norte de SP sem luz há quase 24 horas

A chuva que atingiu a capital paulista na tarde de segunda-feira (21) causou transtornos para quem reside na Vila Maria, em Tremembé e Santana, na Zona Norte de São Paulo. Os moradores da região ainda sofriam no fim da manhã desta terça-feira (22) com a falta de luz nos bairros.

“Estamos sem luz desde as 15h de ontem [segunda], antes da chuva que caiu”, relatou, por volta das 11h desta terça, a a aposentada Márcia Alves de Almeida. Ela mora na região do Horto Florestal, na Rua Eugênio da Silva, e tentou entrar em contato com a Eletropaulo durante todo o dia. “Eles me deram dois números de protocolo que não adiantaram para nada.”

Outro incômodo que a falta de luz causa é na hora do banho. “Tive que tomar banho de caneca e não sei que horas vou poder usar meu chuveiro”, comenta Márcia. A comida do freezer também estragou. “Eles vão dar desconto? Vão ressarcir a comida estragada?”, protesta.

A aposentada conta também que a Eletropaulo não deu nenhum retorno de quando a luz voltaria. “Eu liguei às 2h para eles e eles disseram que voltaria às 4h30. Retornei novamente e nada.”

Reclamação
Em Santana, os moradores também enfrentaram a falta de energia durante a madrugada. Desde as 9h desta terça-feira, a luz voltou em algumas ruas. Contudo, a população não está satisfeita com o trabalho da empresa.

“Estamos a dois dias seguidos sem luz. Era 1h30 e a gente tentando ligar para eles e nada”, reclama Haydee Guimarães Silva, aposentada e moradora da Rua Alfredo Zunkeller. Ela conta que a luz voltou em alguns locais durante a madrugada, mas, na casa dela, só às 8h30 desta terça-feira. “Se continuar assim, preciso comprar um gerador.”

A preocupação dela também é com a comida. “Fazemos compras e a comida estraga. Quem vai pagar para a gente? Eles vão descontar isso na conta?”. Ela precisou desligar todos os eletrodomésticos para não correr o risco de queimar.

O comércio também sofreu com a luz. A cabeleireira Sonia Maria Ferraz de Paiva diz que a luz só voltou na manhã desta terça na Rua Judith Zumkeller. “O mercadinho em frente ao salão também precisou ficar fechado, não dava para trabalhar.”

Eletropaulo
A assessoria de imprensa da Eletropaulo afirmou, por volta das 11h desta terça, que o serviço havia sido restabelecido em 90% das regiões da cidade de São Paulo afetadas pelas chuvas da segunda-feira (21). Trechos dos bairros de Jardim Glória, Vila Maria, Santana e Tremembé, porém, continuavam com falta de luz. O bairro do Horto Florestal não constava na relação dos locais afetados pela chuva e a empresa disse que iria verificar o que aconteceu na região.

De acordo com a companhia, não é possível estabelecer uma previsão para o sistema ser totalmente normalizado, porque as equipes estão dependendo do trabalho de remoção das árvores caídas que tenham danificado fiações, que é feito pela Defesa Civil.

O diretor de operações da Eletropaulo, Sidney Simonaggio, comentou a dificuldade de alguns moradores em falar com a empresa. “O que acontece em evento anormal de chuva é que qualquer call center fica lotado. Mas, preocupado com o atendimento, criamos canais diferenciados. Temos o SMS. Pode escrever um torpedo para 27373 e a palavra luz. Escreve o número da instalação de sua casa e recebe um torpedo com o prazo de retorno. E há também o site [da empresa]”, disse.

Chuva forte na região
A região Norte sofreu muito com a chuva desta segunda-feira (21). O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), da Prefeitura de São Paulo, registrou 63 mm de chuva em Santana e 55 mm em Jaçanã/Tremembé. A média na cidade ficou em 21,4 mm. A velocidade dos ventos alcançou 95,7 km/h às 15h desta segunda no Mirante de Santana.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Pelo menos 160 mil estudantes fazem cursos tecnológicos considerados ruins

Entre 2003 e 2009, as matrículas em cursos tecnológicos no Brasil cresceram 324%. A qualidade desses cursos, no entanto, só começou a ser avaliada nos últimos três anos. O retrato levantado não é bom: cerca de 160 mil estudantes estão hoje em um curso superior de qualidade ruim. Mais que isso: até agora, apenas 38% deles passaram por algum tipo de avaliação do Ministério da Educação (MEC).

O avanço dos cursos tecnológicos no Brasil foi vertiginoso. Em 2000 havia apenas 364 cursos registrados. Em 2009, o Censo da Educação Superior registrava 4.449 cursos, um crescimento de 1.122%.

De todos esses cursos, no entanto, apenas 1.723 já passaram por uma avaliação do MEC. Só 1.216 receberam conceitos. Os demais não tiveram graduandos suficientes para fazer o Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade).

Nos poucos cursos que já foram avaliados, a situação não é boa. Na média dos três anos de Enade, 33% tiveram conceitos de curso inferiores a 1,95 pontos e terão de passar por um processo de supervisão.

Em 2008 e 2007, o resultado da avaliação foi ainda pior: mais de 40% dos cursos tiveram os piores conceitos. Em 2009, esse porcentual caiu para 27%. Mas 2009 também foi o ano em que mais cursos ficaram sem avaliação completa, porque eles não ainda possuíam turmas de formandos.

Nos mesmos três anos de avaliação, outros 40% ficaram com conceitos entre 1,95 e 2,95 pontos - o que significa que têm nota 3 para o MEC e são considerados "regulares", mas não que sejam realmente cursos de qualidade. Vinte e nove cursos ficaram com notas abaixo de 1.

Rapidez. A formação mais rápida e o foco concentrado têm atraído estudantes, apesar de nem todas as vagas oferecidas terem sido preenchidas. Em 2009, ficaram ociosas 42 mil delas em diferentes áreas.

A facilidade de instalação dos cursos - são necessários menos professores e, no caso das universidades e dos centros universitários, é possível usar a estrutura dos cursos de graduação - e a maior rotatividade, por causa de um tempo menor de formação, têm atraído as instituições.

"Não há um incentivo do MEC, mas claramente há um incentivo do mercado para os tecnológicos. O País está crescendo, muitas vezes não há tempo para esperar cinco, seis anos para formar um profissional. O tecnólogo preenche essa lacuna", explica o secretário de Ensino Técnico do ministério, Eliezer Pacheco.

A autorização dos cursos tecnológicos está nas mãos da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), e não da Secretaria de Ensino Superior, que cuida dos cursos de graduação.

No entanto, Pacheco afirma que o trâmite e as exigências são os mesmos. "A avaliação está sendo feita. A orientação que a gente dá para os alunos é a de que busquem os dados com o MEC e também verifiquem se o curso está regular, se tem infraestrutura."

PARA ENTENDER

Criados no governo Fernando Henrique Cardoso, os cursos tecnológicos são um meio termo entre o bacharelado e o curso técnico de nível médio. São considerados de nível superior, mas em um grau abaixo do bacharelado ou da licenciatura. Normalmente têm duração de três anos e são mais focados em uma determinada área. Por exemplo, em vez da graduação em Administração, um Tecnólogo em Gestão Financeira. Em vez de Engenharia de Alimentos, Tecnologia em Processamento de Açúcar e Álcool.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Resumo das principais notícias

MUNDO ÁRABE
Continua a onda de protestos no mundo árabe e norte da África. Na Líbia, a violência aumenta a cada dia e tudo leva a crer que eclodirá numa guerra civil. Veja um estudo sobre esse assunto clicando aqui.


RONALDO

Engraçado como é a mídia. Antes era o gordo, agora é um exemplo de superação. Tudo bem que por razões óbvias ele guardou segredo do problema, mas essa é uma mostra de como funciona a boca do povo aliada com a mídia.
Para saber mais, leia a matéria do site Reuters aqui.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

MPF quer obrigar teles a "desligar" celulares clandestinos

A invasão de celulares clandestinos da China virou problema para as teles. Hoje, 20% das 202,9 milhões de linhas no país usam aparelhos sem certificação da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), informa a reportagem de Julio Wiziack e Camila Fusco publicada na edição desta segunda-feira da Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).

Entre os clientes pré-pagos, o índice atinge 40% em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro.

Os números, apurados pela agência e as operadoras, refletem um aumento de 67%. Em meados de 2010, pesquisa com um terço dos celulares ativos projetou que 12% eram clandestinos.

Para os fabricantes no país, a perda anual é de R$ 1 bilhão --ou 20% das vendas de aparelhos originais. Em 2008, era 10%.

Para especialistas, o crescimento decorre do momento favorável da economia. Além disso, as operadoras não vendem telefones que aceitam mais de um chip simultaneamente --para não abrir caminho para os concorrentes. Isso impulsionou os modelos clandestinos.

A situação chamou a atenção do MPF (Ministério Público Federal) em Guarulhos, que prepara uma ação civil para obrigar as teles a "desligar" esses celulares --aparelhos certificados adquiridos no exterior ficariam fora.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Mundo árabe sob a tensão de um efeito dominó;Iêmen também pede renúncia do presidente

A renúncia do presidente do Egito, Hosni Mubarak, representa o fim de um regime forte e ditatorial, mas que garantia grande parte da estabilidade do conturbado Oriente Médio. Com a queda de Mubarak nesta sexta-feira, abre-se um período de incertezas para a região. Outros países, como Síria, Argélia, Jordânia, Marrocos, podem aderir ao levante em efeito dominó já iniciado na Tunísia. "São países com governo forte, ditatorial e centrado no Exército. Esse modelo está em crise de legitimidade”, diz Edgard Leite, especialista em Oriente Médio da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

O levante da sociedade civil egípcia ratifica a insatisfação que começou na Tunísia, país que esteve mergulhado em protestos no último mês. Diante da impossibilidade de participar da vida política do país e sofrendo com os problemas de corrupção, pobreza e desemprego, a população se organizou e foi às ruas pedindo o fim deste padrão de governo.

Ibrahim Moheildeen, chefe do setor da América na Liga Árabe, ouvia a população gritar “Liberdade, liberdade!” nas ruas do Cairo enquanto conversava com a reportagem do site de VEJA. Ele falou sob condição de cidadão egípcio, não sendo a opinião dele necessariamente o que expressa a organização. Moheildeen acredita que cada país tem sua própria dinâmica, mas afirma que o que aconteceu nesta sexta-feira ainda será visto em muitos lugares. “A Tunísia foi o primeiro passo. Tenho certeza que muitas pessoas estão assistindo à televisão, vendo o que está acontecendo no Egito e se perguntando quando isso acontecerá com eles”, afirma.

Se, por um lado, a população alcança seus direitos democráticos, por outro, a situação de instabilidade se complica. “Há aqueles que vêem isso com muito otimismo, porque a forma como a sociedade civil se posicionou e não pode ser calada foi importante para redundar em uma democracia egípcia. Mas há os que vêem com preocupação, já que o fim de um regime forte no Egito pode complicar a situação de instabilidade no Oriente Médio", avalia.

Moheildeen acredita que independente do rumo que a oposição ou um novo regime dê ao país, as pessoas terem saído às ruas e conseguido o que pleiteavam já é motivo de comemoração. “Essa revolução foi feita pelo povo, não há líderes. Os egípcios escolheram a democracia e, definitivamente, o impacto disso em muitos outros países que ainda não a alcançaram será imenso”. Nas relações comerciais, sociais e diplomáticas ele também vê avanços. “Acho que agora haverá mais respeito dos outros países, haverá uma nova visão sobre o Egito porque escolhemos um modelo democrático”, diz.

EUA e Israel – Enquanto o modelo democrático de fato não chega, duas questões importantes não só para o Egito, mas para os países da região, podem determinar o futuro de muitos. São os acordos que o Egito mantém com Estados Unidos e Israel. Nesse sentido, é provável que o regime fixado por Mubarak ainda sobreviva. “Não será como foi até agora, mas vai sobreviver”, aposta Leite.

Isso porque, à parte da controversa Irmandade Muçulmana – maior e mais antiga organização islâmica do país –, a oposição sabe que a vida financeira do Egito está atrelada ao apoio dos Estados Unidos através do acordo comercial. E também sabe que uma indisposição com Israel seria suicida. “A aliança entre Egito e Israel é estabilizadora da região, e Mubarak foi sempre seu fiador. Mas é um acordo de sistemas, não de pessoas. Não creio que haja ruptura. Isso explodiria o Oriente Médio, poderia conduzir a uma nova guerra entre os dois”, diz Leite. "De todo modo, por algum tempo os riscos de uma mudança radical vão continuar assombrando o horizonte.”

Após Egito, iemenitas voltam às ruas para exigir renúncia

Milhares de pessoas foram neste sábado às ruas da capital do Iêmen, Sanaa, exigindo que o presidente do país, Ali Abdullah Saleh, deixe o cargo, em mais um ato inspirado pela onda de protestos que derrubou o governo do Egito.

Os ativistas, que pediam uma revolução no país árabe, chegaram a entrar em confronto com um grupo favorável ao presidente, em frente à Universidade de Sanaa. Há relatos de que as forças de segurança também se envolveram no enfrentamento.

No último dia 2, Ali Abdullah Saleh --que está no poder do Iêmen unificado desde 1990-- afirmou que não irá tentar estender o seu mandato, que termina em 2013, em meio aos protestos pró-democracia no mundo árabe.

Mesmo assim, um dia depois, mais de 20 mil manifestantes foram às ruas de Sanaa pedindo a renúncia imediata do presidente.

Em janeiro, Saleh propôs uma emenda constitucional que permitiria sua reeleição no pleito previsto para 2013. Isto deu início a uma onda de manifestações, exigindo um governo mais democrático e reformas que melhorem a situação econômica do país.

O governo de Saleh enfrenta acusações de corrupção e de concentração de poder em torno de seu clã. O partido governista, o Congresso Geral do Povo, tem ampla maioria no Parlamento.

ALIADO OCIDENTAL

Ali Abdullah Saleh assumiu a Presidência da República Árabe do Iêmen (ou Iêmen do Norte) em 1978, por meio de um golpe militar. Em 1990, ele tornou-se presidente da nova república, criada a partir a fusão entre os Iêmens do Norte e do Sul.

Saleh colaborou com os Estados Unidos na chamada guerra ao terror, durante o mandato de George W. Bush. A grande presença de militantes da rede Al Qaeda, que ameaça frequentemente o regime, é uma das maiores preocupações do governo.

As duas eleições que Saleh venceu --em 1999 e 2006-- foram marcadas por acusações de fraude por parte da oposição.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

PF prende 12 em ação contra policiais ligados ao tráfico e jogos

Por volta das 9h desta sexta-feira, policiais federais já realizavam há três horas busca e apreensão na 22ª delegacia da Polícia Civil do Rio, na Penha, zona norte. Eles buscam documentos, arquivos de computadores e recolhem até munição que estão no prédio.

A PF revistou carros da Polícia Civil estacionados em frente à delegacia. Há pelo menos cinco Renault Sandero e uma caminhonete S 10 no local.

Cinco policiais estavam de plantão quando a PF entrou na 22ª às 6h. Eles pediram para não aparecer em fotos. "É um constrangimento", disse um inspetor. O esquema de plantão é de um dia de trabalho por três de folga.

A ação faz parte da operação Guilhotina, que apura envolvimento de policiais do Rio com traficantes, com desvio de armas e drogas nas favelas cariocas. Além da 22ª, ocorreram buscas na 17ª DP, em São Cristóvão, também zona norte.

O delegado da Corregedoria Geral Unificada da Secretaria de Segurança Pública Jayme Berbat disse que nada foi encontrado na 17ª. O chefe da Polícia Civil, Allan Turnowski, será ouvido pela PF na investigação sobre pagamento de propina feito por traficantes a policiais.

PRESOS

Ao menos 12 dos 45 mandados de prisão expedidos foram cumpridos até as 8h30. Apesar disso, a PF não informou se havia policiais entre os detidos.

Ao todo, são procurados pela PF 11 policiais civis, 13 policiais militares e outros oito policiais militares que estavam emprestados para a Polícia Civil. Os outros 13 mandados foram expedidos contra civis, que incluem ex-policiais e informantes.


OPERAÇÃO

As investigações que levaram a operação tiveram início durante uma ação policial, ocorrida em 2009, que era conduzida pela Delegacia da Polícia Federal em Macaé --denominada 'Operação Paralelo 22', que tinha o objetivo prender o traficante Rogério Rios Mosqueira, conhecido como 'Roupinol', que atuava na favela da Rocinha junto com o traficante 'Nem'.

A partir daí, duas investigações paralelas foram iniciadas, uma da Corregedoria Geral Unificada da Secretaria de Segurança do Rio e outra da Superintendência da Polícia Federal no Rio. A troca de informações entre os serviços de inteligência das duas instituições deu origem ao trabalho conjunto de hoje.

O objetivo da ação desta sexta-feira é 'dar fim à atuação de um grupo criminoso formado por policiais --civis e militares-- e informantes envolvidos com o tráfico de drogas, armas e munições, com a segurança de pontos de jogos clandestinos (máquinas de caça-níqueis e jogo do bicho) e venda de informações sigilosas'.

As forças estaduais destacaram 200 homens, além de dois helicópteros e quatro lanchas. As equipes da Polícia Federal empregam um efetivo de 380 homens.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Al Qaeda convoca oposição no Egito para guerra santa contra Hosni Mubarak

Uma organização ligada à Al-Qaeda convocou os manifestantes egípcios que são contra o governo de Hosni Mubarak a iniciarem uma guerra santa. O grupo pediu que seja estabelecido no país um estado baseado nas leis islâmicas. A organização informou ainda que ofereceu sete conselhos para forçar a renúncia de Mubarak e evitar que pessoas próximas a ele sigam no poder.

Nesta terça-feira, os protestos reuniram cerca de 250 mil pessoas no Cairo.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A 300 metros da delegacia, torcedores do Palmeiras depredam entrada de prédio

Um grupo de torcedores do Palmeiras depredou a entrada de um prédio residencial em Perdizes, na zona oeste da capital, após o jogo entre seu time e o Corinthians, no Estádio do Pacaembu, na tarde de ontem. Uma bandeira do time alvinegro pendurada na varanda de um dos apartamentos teria provocado o tumulto.

A Polícia Militar foi acionada para evitar que os torcedores invadissem o edifício, na Rua Itapicuru, a 300 metros do 23º Distrito Policial. Com a chegada dos policiais, os torcedores se dispersaram e ninguém foi preso. O caso foi registrado no 23º DP, de Perdizes.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Pane em subestação Luiz Gonzaga (PE) causou apagão no NE

O apagão que atingiu regiões do Nordeste na madrugada desta sexta-feira foi provocada por uma pane em uma linha de transmissão na subestação Luiz Gonzaga, localizada em Jatobá (sertão de Pernambuco), segundo a Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco). Pelo menos, sete Estados foram afetados --Pernambuco, Ceará, Bahia, Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe e Paraíba.

De acordo com informações da Chesf ao jornal "Bom Dia Brasil", da Rede Globo, a subestação de energia apresentou um problema em um dos componentes eletrônicos que enviou um falso comando para desligar o sistema. Com isso, seis linhas de alta tensão foram prejudicadas, já que o sistema está conectado em cadeia, e atingiu três usinas --Paulo Afonso (na BA), hidrelétrica de Itaparica (PE) e Xingó (entre AL e SE).

Em Recife (PE), boa parte da energia retornou por volta das 3h, no horário local (4h no horário de Brasília), mas alguns bairros continuavam às escuras por volta das 5h. Segundo os bombeiros, o retorno foi gradativo e com pequenos apagões de minutos.

Na Paraíba, o fornecimento foi restabelecido por volta das 4h, no horário local, e por duas vezes houve queda da energia durante alguns minutos.

O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), por sua vez, ainda não se pronunciou a respeito do problema.

BLECAUTE

Por volta da 0h40 (horário de Brasília), internautas de diversas capitais da região começaram a relatar no Twitter que as cidades estavam completamente no escuro. O termo "apagão" entrou rapidamente na lista mundial de termos mais citados no microblog.

Na cidade de Fortaleza (CE), o apagão teve início à 0h30. Cidades do interior do Estado também ficaram sem energia. No Recife (PE), diversos bairros do centro e da zona norte da cidade também foram afetados pelo blecaute.

A Celpe --concessionária de energia no Estado-- informou por meio de sua assessoria de imprensa que aguarda informações do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) e disse que a companhia pernambucana não teve relação com o apagão.

Em Salvador (BA), a professora universitária Agnes Bezerra, 34, moradora do bairro Pituba, disse que dava medo de sair à rua devido à completa escuridão. "Eu já liguei para o meu pai que mora no bairro Stela Maris, próximo ao aeroporto de Salvador, e lá também falta energia."

O show da cantora Ivete Sangalo no Festival de Verão de Salvador, previsto para a meia-noite horário local (1h de Brasília), começou com 40 minutos de atraso devido à falta de energia. Os equipamentos do palco funcionaram com o auxílio de geradores.

Pouco após as 2h (horário de Brasília) internautas relatavam nas redes sociais que a energia começava a voltar de forma instável em algumas cidades da região, como Maceió, Olinda, Salvador e Fortaleza.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Estado de SP registra queda geral de índices de violência

Os principais índices de criminalidade caíram em praticamente todo o Estado de São Paulo no ano passado em comparação a 2009.

O número de homicídios dolosos (intencionais) é o menor desde 1999. Também houve queda no número de roubos (5%), latrocínios (roubos seguido de mortes, 16%) e sequestros (13%).

A violência também caiu em 2010 no Rio. Foi a menor taxa de homicídios desde 1991, quando começou a ser feita a estatística da criminalidade no Estado. A taxa de homicídios, porém, é quase o triplo da de São Paulo.

O governo paulista atribuiu a queda da violência à melhoria da economia e a investimentos na segurança. Especialistas, porém, dizem que podem haver outras razões, como a campanha do desarmamento e o envelhecimento populacional.

Em São Paulo, a redução dos homicídios foi puxada principalmente pela Grande São Paulo, onde a queda foi de 14%. Mesmo assim, os números ainda impressionam: foram 4.543 pessoas assassinadas no ano passado contra 4.785 em 2009.

"ZONA EPIDÊMICA"

Apesar da queda, o Estado continua sendo considerado uma "zona epidêmica de homicídios" --para a OMS (Organização Mundial da Saúde), existe uma epidemia quando o índice é superior a 10 homicídios para cada 100 mil habitantes. Em São Paulo, foram 10,48 casos.

Os dados foram divulgados ontem pela Secretaria da Segurança Pública, mas o governador Geraldo Alckmin (PSDB) antecipou números sobre homicídios no sábado. Na ocasião, ele afirmou ver dificuldades para reduzir ainda mais esse número.

Para o comandante-geral da PM, Álvaro Batista Camilo, a redução da violência pode ser atribuída à melhora da situação econômica do país e aos investimentos na segurança pública, desde 1999.

Camilo, diferentemente do que disse Alckmin, acredita que a meta é reduzir a taxa de homicídios para dez casos ou até menos por 100 mil habitantes até o fim deste ano.

Marcos Carneiro Lima, chefe da Polícia Civil, acredita que a redução da violência foi impulsionada por uma maior aplicação da tecnologia às investigações. "Mas ainda temos muito o que melhorar", disse Lima.

"O sucesso na redução da criminalidade depende da continuidade da política de segurança pública", disse Luís Flávio Sapori, especialista em Segurança Pública da PUC de Minas Gerais.

A Folha pediu à Secretaria da Segurança Pública os dados dos principais tipos de crime por região da capital, mas a pasta não forneceu.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Protestos no Egito voltam a se intensificar; as consequências no restante do mundo

ENTENDA

A deterioração da situação política no Egito incita tensões no Oriente Médio. EUA, Irã, Jordânia e Israel estão entre os principais atores na volátil região que vem registrando protestos desde a queda do ditador Zine el Abidine Ben Ali, na Tunísia.

Após a Revolução do Jasmim, em Túnis, houve protestos em países como a Mauritânia, Iêmen e Argélia, e analistas temem que os confrontos no Egito possam até contaminar a já tensa região entre o norte do Egito e os territórios palestinos.

O movimento islâmico Hamas, que controla o território desde 2007, enviou tropas à fronteira para evitar que palestinos cruzem à península do Sinai.

O presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, telefonou para Mubarak e expressou solidariedade ao líder egípcio, indicando desejo de que a estabilização seja retomada o mais rápido possível.

O Egito reconhece o Estado de Israel e é visto como um aliado estratégico do país hebreu, apesar de no passado já ter travado guerras com os israelenses.

Buscando capitalizar as revoltas como uma possível inclinação do Egito ao fundamentalismo islâmico, o porta-voz da Chancelaria do Irã, Ramin Mehmanparast, disse que Mubarak deve renunciar e permitir que uma "onda islâmica desperte".

Na Jordânia, Hamman Saeed, o líder da Irmandade Muçulmana, de oposição ao governo do rei Abdullah 2º --aliado de Washington-- disse que as revoltas no Egito devem se espalhar por todo o Oriente Médio, levando os árabes a se rebelar contra seus líderes "tiranos" aliados aos Estados Unidos.

O presidente americano, Barack Obama, disse em pronunciamento na Casa Branca nesta sexta-feira que o ditador egípcio, Hosni Mubarak, deve cumprir as promessas feitas hoje à nação e dar "passos concretos" pela reforma política do país, pela promoção da democracia.

"O que é necessário agora são passos concretos para o avanço dos direitos do povo egípcio. Falei com ele [Mubarak] depois do discurso, e disse que agora ele tem a responsabilidade de dar sentido a essas palavras", disse Obama no discurso na Casa Branca.

Aliado importante dos EUA na região, o rei Abdullah, da Arábia Saudita, onde Ben Ali estaria exilado, minimizou as revoltas no Egito ao classificá-las como "bagunça".

Ditador do Egito reúne-se com cúpula do Exército; protestos voltam a se intensificar

Enquanto os protestos no Cairo e Alexandria voltam a se intensificar e milhares tomam as ruas novamente, o ditador egípcio Hosni Mubarak reuniu-se com chefes do Exército para revisar a situação da segurança nacional, informa a TV estatal do Egito.

Desde o início dos protestos na última terça-feira (25), o país já contabiliza ao menos 38 mortos, indica a CNN; agências internacionais, no entanto, sugerem que o número já seja maior e a Reuters menciona ao menos cem vítimas. A Al Jazeera, emissora com base no Qatar, fala em 150 mortos.

De acordo com a emissora o ditador e o vice-presidente Omar Suleiman (ex-chefe dos serviços de inteligência) visitaram o Centro de Operações das Forças Armadas e conversaram com o ministro da Defesa, o general Husein Tantawi.

No sábado (29), o ditador nomeou um vice-presidente pela primeira vez em 30 anos e também um novo premiê, com a missão de formarem um novo governo.

Ambos são ligados às Forças Armadas e sua nomeação é interpretada como uma tentativa de Mubarak de ganhar mais apoio dos militares, que chegaram a ser vistos apoiando os manifestantes inclusive levando cartazes nos tanques.

Já o centro de imprensa do governo revelou que o novo premiê, Ahmed Shafic, deve revelar ainda neste domingo seu novo gabinete de ministros.

As fontes não indicaram em que horário será realizado o anúncio, nem forneceram mais detalhes a respeito.

Embora o país tenha registrado um início de manhã mais calmo, os protestos logo foram retomados. Na praça Tahrir, no centro do Cairo, ao menos 3.000 manifestantes intensificaram as revoltas, enquanto líderes mundiais aumentam a pressão por mais reformas no regime do ditador Hosni Mubarak, há 30 anos no poder.

Aos gritos de "Mubarak, o avião aguarda" e "Hosni Mubarak, Omar Suleiman, vocês dois são agentes dos americanos", milhares de jovens seguem protestando.

Líderes mundiais pressionam Mubarak por mudanças mais significativas do que a simples reformulação de seu gabinete. EUA, Reino Unido, França e Alemanha emitiram comunicados com o mesmo tom, afirmando que as alterações na política egípcia são insuficientes para o retorno da estabilidade.

"Pedimos ao presidente Mubarak para evitar de todas as formas o uso da violência contra civis desarmados, e aos manifestantes para exercitar seus direitos de forma pacífica", disseram o premiê britânico, David Cameron, a chanceler (premiê) alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, em comunicado conjunto.

Comentando a crise pela primeira vez, o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, disse que o país observa atentamente a situação e pediu contenção. Os dois países já travaram três guerras no passado.

"Israel e Egito estão em paz por mais de três décadas e nosso objetivo é garantir que esses laços sejam preservados. Neste momento, precisamos demonstrar responsabilidade, contenção e a máxima prudência", disse.

A fronteira entre Rafah, no Egito, e a faixa de Gaza, foi fechada. Ontem, tiroteios entre manifestantes egípcios e forças de segurança mataram ao menos 12 no local, levantando temores de que os confrontos possam contaminar a já tensa situação no território palestino.

Imerso na mais grave crise política das últimas décadas, o Egito enfrenta o sexto dia de instabilidade. Apesar de o domingo ser um dia útil no mundo árabe, escolas, escritórios do governo, bancos e a bolsa de valores egípcia ficarão fechados.

Buscando fechar o cerco à mídia, o governo egípcio fechou os escritórios e confiscou as credenciais de todos os correspondentes da emissora de TV Al Jazeera.

Com base no Qatar, a emissora tem sucursais em todo o mundo, com correspondentes inclusive no Brasil, e transmite notícias em árabe e inglês.

Os transportes também seguem interrompidos em grande parte das cidades, e o metrô do Cairo funciona de forma reduzida.

Milhares de presos escaparam das prisões no país e relatos descrevem um cenário de guerra nas ruas do Cairo, Alexandria e Suez. Na ausência da polícia, casas, supermercados, lojas e empresas foram saqueadas, destruídas e incendiadas.

O Exército concentra-se sobretudo na repressão aos manifestantes e proteção dos prédios públicos, e durante a madrugada muitos moradores montaram barricadas em torno de suas casas para evitar saques.

ESTRANGEIROS

Também na manhã deste domingo muitos países começaram a se mobilizar para retirar seus diplomatas, residentes e turistas do Egito.

A Turquia enviou dois aviões da Turkish Airlines ao Cairo para retirar seus cidadãos e disse que o processo pode levar dias.

O Departamento de Estado dos EUA informou que todos os americanos poderão deixar o país em voos para a Europa a partir de segunda-feira.

Assim como no sábado, no Aeroporto Internacional do Cairo milhares de turistas tentam lugares em voos sem reserva e segundo agências de notícias, agora muitos egípcios também querem abandonar o país.

Ainda no sábado, protestos na Jordânia, Canadá, Reino Unido e outros países mostraram apoio aos manifestantes egípcios.