quinta-feira, 31 de março de 2011

Anvisa suspende fabricação, venda e uso de produto emagrecedor

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) suspendeu a fabricação, importação, distribuição, o comércio e uso do produto dietrine em todas as suas denominações (Dietrine Phaseolamin, Dietrine Fimbriata, entre outras).

Segundo a agência, o produto é fabricado e importado por empresas desconhecidas, que não têm registro na agência.

O dietrine é um suplemento para perda de peso, que reduz a digestão de calorias, provocando o emagrecimento. A resolução publicada no "Diário Oficial da União" vale a partir desta quinta-feira.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Adolescente atropela 5 pessoas em procissão em São Paulo

Um adolescente de 15 anos dirigindo um carro roubado atropelou cinco pessoas que participavam de uma procissão na Avenida Aldo João Rinaldi, em Pedreira, zona sul da capital, por volta das 16 horas de ontem. Segundo a Polícia Militar, ele desobedeceu uma ordem de parada e, na fuga, atingiu os fiéis.

O Corpo de Bombeiros socorreu duas vítimas, ambas com ferimentos leves. Uma foi encaminhada ao Hospital São Lucas, de Diadema, e outra ao Hospital Pedreira. As demais foram socorridas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

O adolescente foi conduzido ao 98º Distrito Policial, no Jardim Miriam, e autuado em flagrante por ato infracional. Ele deve ser encaminhado nesta manhã à Fundação Casa. O veículo foi devolvido à proprietária.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Coalizão declara guerra a Kadafi

BENGHAZI - Forças americanas e europeias intensificaram sua ofensiva ontem por mar e ar contra as tropas leais ao ditador líbio, Muamar Kadafi. Novos disparos de artilharia antiaérea e explosões foram ouvidos em Trípoli na noite de ontem depois que o líder líbio, Muamar Kadafi, em tom desafiador, prometeu enfrentar o Ocidente em uma "longa guerra".

Ele disse que havia começado a distribuir armas a mais de 1 milhão de pessoas, "homens, mulheres e crianças", para defender o país da intervenção militar iniciada no sábado que ele chamou de "cruzada colonialista". "Não vamos abandonar nossa terra e vamos liberá-la."

Vinte e quatro horas após o início da ofensiva, a Líbia anunciou novo cessar-fogo. No entanto, o Pentágono disse que mais uma vez ele não estava sendo cumprido. Após intenso bombardeio, as forças leais a Kadafi consolidaram ontem sua ocupação de Misrata, a terceira maior cidade do país, e a única da região oeste do país que ainda estava até a semana passada sob controle rebelde.

As agências de notícias informaram que o quartel-general de Kadafi foi parcialmente destruído ontem por um bombardeio aéreo. Uma grande coluna de fumaça ergueu-se perto do complexo militar e residencial em Trípoli. Segundo a TV CNN, não se tinha notícias do paradeiro de Kadafi.

Em entrevista nos EUA, o porta-voz do Pentágono, almirante Bill Gortney, disse que os ataques dos últimos dois dias foram bastante efetivos e podiam ser considerados um sucesso, mas negou que a residência de Kadafi seja um alvo da coalizão. Aviões americanos estiveram mais envolvidos na ofensiva de ontem, com aviões Stealth e caças F-16 e F-15 bombardeando sistemas de defesa antiaérea e bases.

Pelo menos 14 homens das forças leais a Kadafi foram mortos no bombardeio por aviões franceses contra o comboio em que estavam, a oeste de Benghazi, o principal reduto rebelde. Dos 14, ao menos 7 eram negros africanos, constatou o Estado no necrotério do Hospital Al-Jala. O bombardeio, na noite de sábado, também destruiu ao menos 14 tanques, 20 caminhões de transporte de tropas e 2 com baterias de foguetes montadas sobre a carroceria, além de dezenas de outros veículos.

Os corpos comprovam o uso de mercenários subsaarianos por Kadafi. Dois corpos estavam inteiramente carbonizados e impossíveis de reconhecer. A TV estatal líbia anunciou que os bombardeios aliados mataram 48 pessoas e feriram 150. Os hospitais de Benghazi haviam recebido ontem mais de 100 mortos - alguns apenas pedaços de corpos, atingidos pelos mísseis.

Os aviões franceses voltaram a sobrevoar ontem Benghazi, mas aparentemente se limitaram a voos de conhecimento. Forças rebeldes voltaram a se reagrupar no leste depois que os aviões da coalizão contiveram o avanço das tropas de Kadafi. As operações da aliança contam com aviões da Grã-Bretanha, EUA, Itália, Dinamarca e Canadá, além de navios e submarinos americanos e britânicos. O Catar anunciou que vai contribuir com quatro aviões, tornando-se o primeiro país árabe a colocar em prática o compromisso de envolver-se na intervenção na Líbia.

Vários confrontos ocorreram ontem em Benghazi. Os combatentes rebeldes perseguiam integrantes das "legiões revolucionárias" homens recrutados pelas forças de Kadafi, que atuam como milicianos e espiões nos bairros. Eles são conhecidos por seus vizinhos e moradores da cidade. Listas de nomes afixadas na Corte de Justiça, o quartel-general da oposição em Benghazi, indicam que 7.200 teriam sido identificados. Eles voltaram a agir no sábado, com o avanço das forças de Kadafi sobre Benghazi, disparando fuzis e granadas a esmo na cidade. / COM REUTERS e AP

sexta-feira, 18 de março de 2011

Mortos pelo terremoto no Japão já são quase 7 mil e mais de 10 mil desaparecidos

TÓQUIO - As autoridades do Japão elevaram a 6.911 o número de mortos e a 10.319 o de desaparecidos pelo terremoto e posterior tsunami do último dia 11 no nordeste do país, segundo a última estimativa oficial divulgada nesta sexta-feira pela Polícia japonesa. Teme-se que o número final de vítimas possa aumentar ainda mais em alguns municípios das províncias mais afetadas, como Iwate, Miyagi e Fukushima.

Este foi o terremoto mais devastador em quase 90 anos no Japão, já que superou as mortes registradas no terremoto de 17 de janeiro de 1995 na cidade de Kobe (centro do Japão), que com 7,2 graus de magnitude tirou a vida de 6.400 pessoas. Até agora, o terremoto de Kobe era o mais grave da história recente no Japão, um país assentado em pleno Anel de Fogo do Pacífico e que registra inúmeros tremores, apesar de a maioria não ter consequências graves graças às estritas normas de construção em vigor.

Anteriormente, em 1º de setembro de 1923, o chamado "terremoto de Kanto", que ocorreu na região de Tóquio quando a maioria das casas era de madeira, já havia causado 140 mil mortes. Cerca de 90 mil militares e membros de equipes de resgate japoneses, ajudados por voluntários estrangeiros especialistas em salvamento, vasculham a região devastada em busca de sobreviventes presos sob os escombros ou arrastados mar adentro pela onda gigante de dez metros de altura.

No entanto, pouco a pouco as infraestruturas de transporte estão sendo restabelecidas na área afetada, o que facilita as operações de resgate e a assistência às 380 mil pessoas que permanecem nos 2.200 abrigos criados após o desastre. O terremoto e posterior tsunami de 11 de março destruiu 11.991 casas, provocou 269 incêndios e danificou 1.232 estradas do norte e leste do Japão.

terça-feira, 15 de março de 2011

Veja tembém vídeo do terremoto e tsunami no Japão

Terremoto seguido de tsunami no Japão

Radiação liberada aumenta no Japão

O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, afirmou nesta terça-feira em discurso televisionado que a radiação se espalhou por quatro dos seis reatores da usina Fukushima Daiichi, atingida pelo terremoto de magnitude 9 na sexta-feira.

Os níveis perigosos de radiação vazando do complexo forçaram o Japão a ordenar, nesta terça-feira, que 140 mil pessoas se fechem dentro de casa e evitem contato com ar contaminado com material radioativo. Outras 200 mil pessoas foram retiradas até esta segunda-feira da região.

"Por favor não saiam nas ruas. Por favor fiquem em casa. Por favor fechem as janelas e isolem sua casa", disse o secretário de gabinete Yukio Edano. Ele admitiu que a radiação está em um nível que pode prejudicar a saúde.

"São números que potencialmente podem afetar a saúde. Não ignorem isso", disse Edano, sem dar mais detalhes.

Depois de uma explosão no reator 3 e incêndio no reator 4 (que até agora não havia sido afetado), as autoridades ao sul do complexo Fukushima Daiichi registraram níveis de radiação cem vezes maior que o normal, segundo a agência de notícias Kyodo. Este nível não é fatal, mas pode causar graves consequências se o tempo de exposição for prolongado.

A capital Tóquio, que fica a 240 km de Fukushima, também registrou uma pequena elevação nos níveis de radiação. O aumento, contudo, não é suficiente para ameaçar os 39 milhões de moradores da capital e seus arredores.

"A quantidade é extremamente pequena, e não levanta preocupações com a saúde. Isso não vai nos afetar", diz Takayuki Fujiki, funcionário do governo de Tóquio.

A Kyodo diz que o nível de radiação elevou-se a nove vezes acima do normal em Kanagawa, perto de Tóquio, mas os níveis já haviam caído na noite desta terça-feira (manhã em Brasília).

Mais perto do complexo nuclear, as ruas da cidade costeira de Soma estavam vazias, enquanto alguns moradores permanecem trancados em suas casas.

O premiê Naoto e outras autoridades alertaram que ainda há riscos de mais vazamentos e ampliou a área de risco para um raio de 30 km.

As previsões meteorológicas para Fukushima são de neve e vento vindo do nordeste na noite desta terça-feira, soprando em direção a sudoeste, rumo a Tóquio, e em seguida se deslocando para oeste, em direção ao mar. Isso é importante porque mostra a direção que uma possível nuvem nuclear pode seguir.

A crise nuclear é o pior que o Japão tem enfrentado desde o bombardeio atômico de Hiroshima e Nagasaki durante a Segunda Guerra (1939-1945).

REATORES

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) disse terça-feira que as autoridades japonesas anunciaram um incêndio na lagoa de armazenamento --uma piscina usada para manter a temperatura do combustível nuclear baixa-- do reator 4 e que a "radioatividade está sendo liberada diretamente na atmosfera".

Os trabalhadores estavam desesperadamente tentando estabilizar três dos reatores da usina, que sofreram pequenas explosões depois do terremoto e tsunami de sexta-feira --que danificou o sistema de resfriamento. Desde o terremoto, os engenheiros injetam água do mar nos reatores como uma tática emergencial.

Um quarto reator, que estava desligado no momento do tremor, pegou fogo na manhã de terça-feira (noite de segunda-feira) e mais radiação foi liberada, disse Edano. O fogo foi apagado.

"É provável que o nível de radiação aumentou drasticamente devido ao incêndio na unidade 4", disse Edano. "Agora estamos falando de níveis que podem prejudicar a saúde humana. Essas leituras são tomadas perto da área onde acreditamos que os lançamentos estão acontecendo. Longe dali, os níveis devem ser mais baixos."

Ele disse ainda que os reatores 1 e 3 estão estáveis, mas a situação da unidade 2 não é clara. As temperaturas nos dois outros reatores, unidades 5 e 6, estão ligeiramente elevadas.

"O sistema de refrigeração não está funcionando bem e a temperatura está aumentando gradualmente, de modo que é necessário controlá-la", disse Edano.

Autoridades disseram que 50 trabalhadores, todos eles com equipamento de proteção contra radiação, ainda estavam tentando bombear água para os reatores para refrigerá-los. Eles dizem que outros 800 funcionários foram retirados. Os incêndios e explosões nos reatores deixaram 15 trabalhadores feridos e até 190 pessoas expostas a radiações elevadas.

VÍTIMAS

Na manhã desta terça (horário local), a polícia japonesa informou que o número oficial de vítimas do terremoto seguido por tsunami chegou a 2.414. O maior número de vítimas se encontra na província de Miyagi, onde 1.254 pessoas morreram.

Oficialmente, há 3.118 desaparecidos. Mas autoridades regionais disseram acreditar que dezenas de milhares podem ter sido levados pelo tsunami, que devastou uma larga área da costa nordeste do Japão na sexta-feira.

O número de mortos, porém, ainda deve aumentar e as autoridades estimam que a cifra final deve superar os 10 mil. Somente em duas áreas da província de Miyagi foram encontrados 2.000 corpos ainda não contabilizados no balanço oficial. Há cidades em que milhares estão desaparecidos.

Segundo a agência de notícias Kyodo, cerca de mil corpos foram encontrados em Miyagi, além de outros 200 ou 300 corpos que as equipes tentam resgatar em Sendai, local mais atingido pelo tremor e pelas ondas gigantes.

Em Miyagi, o governo não conseguiu contatar cerca de 10 mil pessoas --mais da metade da população local. O destino de dezenas de milhares de pessoas, incluindo cerca de 8.000 moradores da cidade de Otsuchi, ainda é desconhecido, segundo a Kyodo.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Nº de mortos no Japão sobe para 2000; Reator de usina nuclear tem pane no sistema de refrigeração após novas explosões

Um forte tsunami, gerado por um terremoto de magnitude 8,9, matou ao menos 300 pessoas em Sendai, na costa nordeste do Japão, a cidade mais atingida pelo tremor. As fortes ondas varreram barcos, carros e casas, gerando ainda incêndios em diversas aéreas. Alertas de tsunami foram emitidos para todo o oceano Pacífico, incluindo para países da América do Sul e Central, Canadá, Alasca e toda a costa oeste dos Estados Unidos.

O tremor foi seguido por mais de 50 réplicas, algumas delas de magnitude superior a 6,0. Cidades e vilarejos ao longo dos 2.100 quilômetros da costa leste do país foram afetadas por violentos tremores que atingiram até a capital, Tóquio, localizada a 373 quilômetros de distância do epicentro. (11/03/11)

REATOR NUCLEAR
A Agência de Segurança Nuclear do Japão descartou nesta segunda-feira a possibilidade de um acidente do tipo Tchernobil na central nuclear de Fukushima 1 (nordeste do Japão), informou nesta segunda-feira o ministério da Estratégia Nacional.

"Não há nenhuma possibilidade, em absoluto, de um Tchernobil", declarou Koichiro Genba, reproduzindo a opinião da Agência de Segurança Nuclear e Industrial.

Os sistemas de resfriamento de três dos seis reatores da central de Fukushima 1 estão avariados e, em consequência das operações destinadas a deter um início de fusão, duas explosões foram registradas nos edifícios dos reatores 1 e 3, mas estes não foram danificados.

As explosões no prédio do reator 3, ocorridas na manhã desta segunda (horário local), deixaram onze feridos, incluindo seis militares, que a princípio foram dados como desaparecidos, segundo informações da agência Jiji Press.

As imagens da televisão local mostraram fumaça branca saindo das instalações. O canal NHK indicou que a explosão ocorreu por volta das 11h desta segunda-feira (horário local, 23h de Brasília de domingo) e derrubou uma das paredes do prédio que abriga o reator.

Segundo a agência Kyodo, as autoridades pediram a 600 moradores que não tinham sido evacuados em um perímetro de 20 quilômetros ao redor do recinto que não saiam de suas casas até nova ordem.

Os níveis de radiação na usina nuclear de Fukushima, no nordeste do Japão, haviam voltado na segunda-feira (no horário local) a ultrapassar o limite permitido, segundo a agência Kyodo.

Desde o terremoto de sexta-feira no país, as autoridades tentam evitar o superaquecimento de vários reatores, em meio ao temor de que haja uma fusão do núcleo.

A situação é preocupante desde uma primeira explosão no sábado em uma das usinas de Fukushima.

O porta-voz governamental japonês, Yukio Edano, já havia reconhecido no domingo (horário local) a possibilidade de outra explosão no recipiente secundário de contenção do reator três pela acumulação de hidrogênio, embora tenha ressaltado que o incidente não causaria danos graves.

Os problemas na central nuclear de Fukushima começaram quando o tsunami que atingiu a região interrompeu o fornecimento de energia ao complexo.

Os geradores de emergência não funcionaram e o sistema de refrigeração ficou paralisado, provocando superaquecimento e a elevação dos níveis de radiação, até a explosão dos prédios dos reatores 1 e 3.

O governo está bombeando água do mar para tentar resfriar os reatores.

AMEAÇA NUCLEAR

O Japão luta para impedir o vazamento de reatores nucleares atingidos pelo terremoto, descrevendo o tremor e o tsunami, que pode ter provocado a morte de mais de 10 mil pessoas, como a pior crise que a nação já viveu desde a Segunda Guerra Mundial.

A Tepco, maior companhia de energia elétrica do Japão, injetou água do mar nos reatores número 1 e 3 na planta de Fukushima para resfriar e reduzir a pressão dentro dos contêineres onde estão os reatores.

"O terremoto, o tsunami e o incidente nuclear têm sido a maior crise que o Japão enfrentou nos 65 anos desde o fim da Segunda Guerra Mundial", disse o primeiro-ministro Naoto Kan em conferência de imprensa.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Você está em Economia Início do conteúdo Copom vê inflação alta até 3º trimestre

SÃO PAULO - O cenário prospectivo para a inflação não evoluiu favoravelmente desde a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, e a inflação acumulada em 12 meses só deve começar a arrefecer a partir do quarto trimestre, afirmou a ata do último encontro do comitê.

O Copom afirmou, porém, que o nível de incerteza está acima do usual, com "riscos elevados" para o cenário em que a inflação convirja para a meta. Na reunião, o BC elevou a Selic em 0,5 ponto percentual, a 11,75%.

Em relação às premissas que o Banco Central trabalha em sua avaliação do curso para a política monetária, o Copom destacou que, desde a última reunião "importantes decisões fiscais foram tomadas e executadas que apoiam a visão que, no início deste ano, teve início um processo de consolidação fiscal".

O Copom também deixou claro um cenário alternativo, "a projeção de inflação se encontra acima da meta em 2011 e ligeiramente abaixo em 2012".

"Ao se considerar esse cenário alternativo e as perspectivas de desaceleração da atividade doméstica, bem como a complexidade que ora envolve o ambiente internacional, entre outros fatores, a eventual introdução de ações macroprudenciais pode ensejar oportunidades para que a estratégia de política monetária seja reavaliada", afirmou o Copom.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Prevista alta de preços de alimentos

A mudança climática, trazendo enchentes e estiagens, a demanda crescente por biocombustíveis e políticas nacionais para proteger o mercado interno poderão aumentar o preço dos alimentos e ameaçar a segurança alimentar no longo prazo, alertou a ONU (Organização das Nações Unidas).

Os preços elevados e voláteis dos alimentos são uma preocupação mundial cada vez maior, e em parte também estimularam os protestos que derrubaram os governantes da Tunísia e do Egito este ano. Os impactos dos protestos são sentidos pelo norte da África e no Oriente Médio, da Argélia ao Iêmen.

Períodos de instabilidade de preço não são uma novidade para a agricultura, mas os choques recentes de preço provocados pelo clima extremo e pelo uso cada vez maior de grãos para produzir energia têm causado grande preocupação, disse a FAO, braço da ONU para agricultura e Alimentação.

"Há temores de que a volatilidade de preço esteja aumentando", disse a FAO no relatório Estado dos Alimentos e da Agricultura, publicado nesta segunda-feira.

A influência cada vez maior do mercado de commodities e as 'respostas contraproducentes da política protecionista (aos preços elevados) podem exacerbar a volatilidade do mercado internacional e colocar em risco a segurança alimentar mundial', diz o documento.

A FAO, que tem sede em Roma, já advertiu os países produtores de alimentos contra a introdução de limites de exportação para proteger os mercados locais, à media que os preços dos alimentos no mundo pressionam para além dos níveis que deflagraram as violentas revoltas em 2007 e 2008.

O preço global dos alimentos atingiu um recorde de alta em fevereiro. Na semana passada, a FAO advertiu que novas altas no preço do petróleo e a realização de estoques pelos importadores que tentam evitar levantes atingiriam os já voláteis mercados de cereais.

Estima-se que o preço dos alimentos aumente nos próximos dez anos e permaneça na média em níveis acima dos da década passada, disse a agência na segunda-feira.

É necessária uma ação coordenada internacional para garantir a segurança do abastecimento de alimentos, incluindo uma melhora na regulação e na transparência do mercado, assim como estatísticas sobre o mercado de commodities de alimentos, o estabelecimento de estoques de emergência e o fornecimento de redes de segurança, disse a FAO.

Crise na Líbia faz preços do petróleo dispararem; Bolsas caem

Os preços do petróleo alcançaram os maiores picos em dois anos e meio na rodada de negócios desta segunda-feira, com as preocupações dos investidores de que a crise da Líbia se reproduz em outras nações do Oriente Médio. Nesse contexto, investidores estão fugindo das Bolsas de Valores e correndo para um tradicional "porto seguro": o ouro, que também bate preços históricos.

O mercado acompanha com ansiedade as negociações para uma possível saída do ditador Muammar Gaddafi, enquanto as tropas rebeldes se aproximam da capital Trípoli.

Em resposta, as cotações da commodity oscilaram na marca dos US$ 118,5 o barril na praça de Londres, o preço mais alto desde setembro de 2008. Em Nova York, o barril chegou a ser negociado por US$ 106,41, em um acréscimo de quase 0,5% sobre o valor da semana passada.

As Bolsas de Valores reagem negativamente ao encarecimento do principal insumo da economia mundial. Na Europa, as Bolsas de Londres e Paris derreteram entre 0,5% e 0,7%.

Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, perde 0,83%, enquanto o S&P500, um índice de ações mais abrangente, recua 1,04%.

A brasileira Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) somente retorna suas operações na quarta-feira, e somente no período vespertino.

Os riscos geopolíticos no Oriente Médio provocaram uma corrida para o ouro: a onça dessa commodity metálica já atingiu o patamar recorde de US$ 1.444 no expediente de hoje.

"Se nós continuarmos a ver uma escalada de tensão, então nós testemunharemos uma nova alta do ouro", disse Ong Yi Ling, analista de investimentos da Phillip Futures, em Cingapura.

OPEP

Mais cedo, o ministro de Energia do Qatar, Mohammed Saleh al-Sada, disse que a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) estava avaliando a situação do mercado de petróleo e a necessidade de uma reunião, mas acrescentou que não há escassez no fornecimento ao mercado.

"O fornecimento e estoques [de petróleo] estão em níveis confortáveis", disse a jornalistas Mohammed Saleh al-Sada.

"Não há motivo para nervosismo", ele acrescentou, dizendo que alguns países podem cobrir a queda na produção líbia.

quinta-feira, 3 de março de 2011

A revolução que abalou o Oriente Médio

Entenda as origens dos protestos que derrubaram ditadores e como eles se espalharam para os países vizinhos.

Clique no título deste post e espere carregar o infográfico. Passe o mouse sobre os países em vermelho.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Motorista acusado de atropelar ciclistas em Porto Alegre é preso

O bancário Ricardo Neis, acusado de ter atropelado e ferido pelo menos 12 ciclistas em Porto Alegre, foi preso na manhã desta quarta-feira, 2. De acordo com a Polícia Civil, ele foi detido no Hospital Parque Belém, clínica psiquiátrica em que foi internado ontem. Ainda hoje ele deve ser transferido para a Delegacia de Crimes de Trânsito.

Ontem à noite, a Justiça do Rio Grande do Sul decretou a prisão preventiva de Neis. A decisão foi tomada pela juíza Rosane Ramos de Oliveira Michels, da 1ª Vara do Júri de Porto Alegre, a pedido da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual.

O bancário deve ser indiciado por tentativa de homicídio doloso duplamente qualificado, por motivo fútil e redução de chances de defesa das vítimas. O atropelamento ocorreu no início da noite de sexta-feira,25, no bairro Cidade Baixa.

Em depoimento à polícia, na segunda-feira, Neis disse que foi cercado por diversos ciclistas, se sentiu ameaçado e resolveu abrir caminho para sair do local por temer linchamento. Os ciclistas negam a tentativa de agressão.

O passeio em grupo é uma atividade mensal do movimento Massa Crítica, que estimula o uso da bicicleta como meio de transporte. Na noite desta terça-feira os participantes voltaram a pedalar pelas ruas de Porto Alegre para protestar contra o atropelador e pedir relações civilizadas no trânsito.