segunda-feira, 14 de março de 2011

Nº de mortos no Japão sobe para 2000; Reator de usina nuclear tem pane no sistema de refrigeração após novas explosões

Um forte tsunami, gerado por um terremoto de magnitude 8,9, matou ao menos 300 pessoas em Sendai, na costa nordeste do Japão, a cidade mais atingida pelo tremor. As fortes ondas varreram barcos, carros e casas, gerando ainda incêndios em diversas aéreas. Alertas de tsunami foram emitidos para todo o oceano Pacífico, incluindo para países da América do Sul e Central, Canadá, Alasca e toda a costa oeste dos Estados Unidos.

O tremor foi seguido por mais de 50 réplicas, algumas delas de magnitude superior a 6,0. Cidades e vilarejos ao longo dos 2.100 quilômetros da costa leste do país foram afetadas por violentos tremores que atingiram até a capital, Tóquio, localizada a 373 quilômetros de distância do epicentro. (11/03/11)

REATOR NUCLEAR
A Agência de Segurança Nuclear do Japão descartou nesta segunda-feira a possibilidade de um acidente do tipo Tchernobil na central nuclear de Fukushima 1 (nordeste do Japão), informou nesta segunda-feira o ministério da Estratégia Nacional.

"Não há nenhuma possibilidade, em absoluto, de um Tchernobil", declarou Koichiro Genba, reproduzindo a opinião da Agência de Segurança Nuclear e Industrial.

Os sistemas de resfriamento de três dos seis reatores da central de Fukushima 1 estão avariados e, em consequência das operações destinadas a deter um início de fusão, duas explosões foram registradas nos edifícios dos reatores 1 e 3, mas estes não foram danificados.

As explosões no prédio do reator 3, ocorridas na manhã desta segunda (horário local), deixaram onze feridos, incluindo seis militares, que a princípio foram dados como desaparecidos, segundo informações da agência Jiji Press.

As imagens da televisão local mostraram fumaça branca saindo das instalações. O canal NHK indicou que a explosão ocorreu por volta das 11h desta segunda-feira (horário local, 23h de Brasília de domingo) e derrubou uma das paredes do prédio que abriga o reator.

Segundo a agência Kyodo, as autoridades pediram a 600 moradores que não tinham sido evacuados em um perímetro de 20 quilômetros ao redor do recinto que não saiam de suas casas até nova ordem.

Os níveis de radiação na usina nuclear de Fukushima, no nordeste do Japão, haviam voltado na segunda-feira (no horário local) a ultrapassar o limite permitido, segundo a agência Kyodo.

Desde o terremoto de sexta-feira no país, as autoridades tentam evitar o superaquecimento de vários reatores, em meio ao temor de que haja uma fusão do núcleo.

A situação é preocupante desde uma primeira explosão no sábado em uma das usinas de Fukushima.

O porta-voz governamental japonês, Yukio Edano, já havia reconhecido no domingo (horário local) a possibilidade de outra explosão no recipiente secundário de contenção do reator três pela acumulação de hidrogênio, embora tenha ressaltado que o incidente não causaria danos graves.

Os problemas na central nuclear de Fukushima começaram quando o tsunami que atingiu a região interrompeu o fornecimento de energia ao complexo.

Os geradores de emergência não funcionaram e o sistema de refrigeração ficou paralisado, provocando superaquecimento e a elevação dos níveis de radiação, até a explosão dos prédios dos reatores 1 e 3.

O governo está bombeando água do mar para tentar resfriar os reatores.

AMEAÇA NUCLEAR

O Japão luta para impedir o vazamento de reatores nucleares atingidos pelo terremoto, descrevendo o tremor e o tsunami, que pode ter provocado a morte de mais de 10 mil pessoas, como a pior crise que a nação já viveu desde a Segunda Guerra Mundial.

A Tepco, maior companhia de energia elétrica do Japão, injetou água do mar nos reatores número 1 e 3 na planta de Fukushima para resfriar e reduzir a pressão dentro dos contêineres onde estão os reatores.

"O terremoto, o tsunami e o incidente nuclear têm sido a maior crise que o Japão enfrentou nos 65 anos desde o fim da Segunda Guerra Mundial", disse o primeiro-ministro Naoto Kan em conferência de imprensa.

Um comentário:

  1. Torcemos para que não haja maiores estragos e danos para a população japonesa quanto ao perigo do reator nuclear. Embora o governo descarte a possibilidade de riscos maiores, creio que tal alerta serve apenas para tranquilizar a população, mas quem realmente pode garantir a segurança do local?

    Outra coisa: mesmo que os japoneses sejam tecnologicamente avançados, usar energia nuclear é assumir um risco muito grande em vez de investir em métodos menos perigosos. Ou será que confiamos em acender um fósforo num pátio cheio de gases inflamáveis só porque estão contidos num recipiente? Ora, a região é muito propensa a tais desastres e todo japonês sabe disso. Saiba mais sobre o Círculo do Fogo.

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