Por volta das 9h desta sexta-feira, policiais federais já realizavam há três horas busca e apreensão na 22ª delegacia da Polícia Civil do Rio, na Penha, zona norte. Eles buscam documentos, arquivos de computadores e recolhem até munição que estão no prédio.
A PF revistou carros da Polícia Civil estacionados em frente à delegacia. Há pelo menos cinco Renault Sandero e uma caminhonete S 10 no local.
Cinco policiais estavam de plantão quando a PF entrou na 22ª às 6h. Eles pediram para não aparecer em fotos. "É um constrangimento", disse um inspetor. O esquema de plantão é de um dia de trabalho por três de folga.
A ação faz parte da operação Guilhotina, que apura envolvimento de policiais do Rio com traficantes, com desvio de armas e drogas nas favelas cariocas. Além da 22ª, ocorreram buscas na 17ª DP, em São Cristóvão, também zona norte.
O delegado da Corregedoria Geral Unificada da Secretaria de Segurança Pública Jayme Berbat disse que nada foi encontrado na 17ª. O chefe da Polícia Civil, Allan Turnowski, será ouvido pela PF na investigação sobre pagamento de propina feito por traficantes a policiais.
PRESOS
Ao menos 12 dos 45 mandados de prisão expedidos foram cumpridos até as 8h30. Apesar disso, a PF não informou se havia policiais entre os detidos.
Ao todo, são procurados pela PF 11 policiais civis, 13 policiais militares e outros oito policiais militares que estavam emprestados para a Polícia Civil. Os outros 13 mandados foram expedidos contra civis, que incluem ex-policiais e informantes.
OPERAÇÃO
As investigações que levaram a operação tiveram início durante uma ação policial, ocorrida em 2009, que era conduzida pela Delegacia da Polícia Federal em Macaé --denominada 'Operação Paralelo 22', que tinha o objetivo prender o traficante Rogério Rios Mosqueira, conhecido como 'Roupinol', que atuava na favela da Rocinha junto com o traficante 'Nem'.
A partir daí, duas investigações paralelas foram iniciadas, uma da Corregedoria Geral Unificada da Secretaria de Segurança do Rio e outra da Superintendência da Polícia Federal no Rio. A troca de informações entre os serviços de inteligência das duas instituições deu origem ao trabalho conjunto de hoje.
O objetivo da ação desta sexta-feira é 'dar fim à atuação de um grupo criminoso formado por policiais --civis e militares-- e informantes envolvidos com o tráfico de drogas, armas e munições, com a segurança de pontos de jogos clandestinos (máquinas de caça-níqueis e jogo do bicho) e venda de informações sigilosas'.
As forças estaduais destacaram 200 homens, além de dois helicópteros e quatro lanchas. As equipes da Polícia Federal empregam um efetivo de 380 homens.
Imagine quão comum isso deve ser no Rio e em SP. Com certeza, essa é só a ponta do iceberg.
ResponderExcluir